sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Permacultura

por Carla Moura

Ainda estranho para o ramo da construção civil, mas muito conhecido na área ambiental, o termo permacultura acaba sendo um “ponto de interrogação” para os envolvidos com o setor da construção.
            Por isso, começo apresentando um esboço para sua definição: idealizada por Bill Mollison na década de 70, a permacultura pode ser entendida como uma forma de habitar e viver de maneira sustentável e integrada com o meio natural, através do estímulo a sistemas agrícolas e construções que utilizam produtos e técnicas ambientais, tentando imitar (ao máximo possível) os padrões encontrados na natureza.
            Tendo como base, não somente as técnicas construtivas ou agroecológicas, mas sim a abertura para um “novo” estilo de vida que visa estimular cada ser a alcançar sua própria independência. Saber como produzir seu alimento e seu abrigo, como cuidar de sua terra para que ela se mantenha fértil e como viver de maneira integrada com o meio natural, deve ser entendido como um ponto chave em um mundo cada vez mais industrializado, onde grandes corporações dominam o mercado que fornece elementos para a satisfação das necessidades básica dos indivíduos.
            Para isso técnicas de produção de alimentos, recuperação do solo e construção sustentável são utilizadas, sendo que muitas delas podem ser bem aproveitadas em ambientes urbanos e na construção civil “tradicional”. Coisa de ambientalista? Aplicável apenas na zona rural? Rústico demais para o mercado? Não.
            A permacultura é composta por conceitos e práticas sustentáveis extremamente promissoras em nosso contexto atual: a transformação de paradigmas do mercado, que antes apenas se focavam nos aspectos econômicos e hoje passam a se preocupar com a inclusão de boas práticas socioambientais em suas atividades. Nichos de mercado se abrem para questões ecológicas, o mundo muda seus conceitos e o setor da construção deve aproveitar o momento para investir em práticas e técnicas que concretizam ações ecologicamente saudáveis.
            É verdade que o setor não aceitará todas as práticas da permacultura. Porém, não é inteligente que esta seja ignorada quando possui um grande potencial para fornecer meios de agir com responsabilidade ambiental e, desta forma, conquistar mais clientes e investimentos através de um produto diferenciado.
            Por que não investir em horta urbanas dentro de empreendimentos comercias ou habitacionais? Imaginem uma horta orgânica em seu condomínio, onde os produtos poderiam ser vendidos em um espaço interno administrado pelos funcionários do mesmo...
            Por que não investir em um tratamento primário dos resíduos efluentes, ao invés de lançá-los in natura nos corpos d’água? Isso diminuiria a sobrecarga nos serviços de tratamento de esgoto público (já tão ineficientes) e consequentemente a grande e inaceitável poluição em nossos rios...
Por que não contemplar as áreas verdes, com espécies nativas, nos projetos de construção? É sabido que elas são responsáveis pela manutenção de um micro clima agradável que evita as ilhas de calor...
Por que não inovar? Por que não cuidar do ambiente e gerar ainda mais lucros de forma duradoura e responsável? 

Cidades mais limpas do mundo, conheça o ranking

Fonte:  Pela Natureza

Cidades mais limpas do mundo foi divulgada pela empresa de consultoria Mercer. Nenhum município latino-americano integra o levantamento. A seleção é composta por:

1º Calgary (Canadá)

Centro financeiro e comercial, onde estão localizadas as sedes das principais empresas petrolíferas do Canadá, Calgary ocupa a primeira posição desta lista. Diante de uma rápida expansão económica e populacional, a cidade reformulou o seu sistema de saneamento nos últimos dois anos com o programa Too Good to Waste, que procura diminuir a quantidade de resíduos enviados para aterros. Esforços adicionais estão a ser feitos para reduzir os resíduos de construção civil e demolição, por meio do aumento da reciclagem de materiais (como madeira, asfalto, gesso e telhas), bem como incentivo financeiro e programas de educação ambiental.

2º Honolulu (Havaí – EUA)

A paradisíaca Honolulu é a segunda cidade mais limpa do mundo, segundo ranking da Mercer. A capital do Havaí e principal porto das ilhas havaianas possui exuberantes áreas verdes, praias de águas cristalinas e a melhor qualidade de ar dos Estados Unidos. E mais: em Honolulu, a água é filtrada através de rochas vulcânicas, sendo conhecida por ser livre do gosto de cloro comum em abastecimentos de outras cidades.

3º Ottawa (Canadá)

Ottawa não é apenas a capital do Canadá, mas um dinâmico centro cosmopolita de cultura e inovação tecnológica, com uma inigualável qualidade de vida. O sistema de transporte público é totalmente integrado, dispondo de uma eficiente malha de rotas de autocarros e um sistema de metro de superfície. Muitas vias públicas estão dedicadas exclusivamente ao tráfego de autocarros, bicicletas e pedestres. A sede do governo canadense conta ainda com uma qualidade de água notável. Em 2009, todas as fontes de água potável da cidade obtiveram classificação máxima.

4º Helsinque (Finlândia)

Capital da Finlândia e maior cidade do país, Helsinque leva em conta as condições e as oportunidades do ambiente natural no seu planeamento e incentiva a conservação da natureza, com ações de educação ambiental. Apesar das pressões por novas construções residenciais e comerciais, a cidade consegue preservar, de maneira comprometida, as suas áreas verdes e de lazer. No seu site, Helsinque disponibiliza relatórios que apontam um redução das emissões de gases de estufa por estações de energia, indústria e sistemas de aquecimento de residências, graças ao uso de tecnologias eficientes e combustíveis mais limpos, o que melhora o ar da cidade.

5º Wellington (Nova Zelândia)

Moderna e bem estruturada, Wellington ergue-se entre encostas de morros com vistas para a exuberante Baía de Port Nicholson, de águas transparentes, apesar do grande volume de navios que ancoram por ali. O Ministério de Meio Ambiente da Nova Zelândia atribui o bom ar local ao isolamento da cidade, baixa densidade populacional e à proximidade do mar. A poluição dos veículos também é controlada. Para se ter uma ideia, em 2009, as concentrações de monóxido de carbono foram em sua maioria classificadas como “excelentes”, devido à melhoria das tecnologias.

6º Mineápolis (EUA)

A qualidade do ar em Mineápolis está entre as melhores dos Estados Unidos e do mundo, quando comparada com a de outras grandes cidades. O bom desempenho atmosférico foi conseguido graças a um controle constante de poluentes ao longo dos anos. A cidade também aposta na iluminação pública mais eficiente com a adoção de lâmpadas fluorescentes, que duram mais tempo que as convencionais e garantem uma economia de energia e dinheiro.

7º Adelaide (Austrália)

Adelaide pode ser considerada um exemplo de desenvolvimento económico e preservação ambiental. Localizada ao Sul da Austrália, a cidade é sede de plantas industriais da General Motors Holden e Mitsubishi – praticamente metade dos carros produzidos na Austrália são de Adelaide, além de fábricas de equipamentos hospitalares e componentes eletrónicos. Parte da receita oriunda das intensas atividades industriais e comerciais é aplicada no desenvolvimento sustentável da cidade. Segundo o estudo, a região tem se afastado da dependência de aterros sanitários como parte do seu Plano Estratégico 2007, e não mede esforços para reduzir a geração de resíduos e incentivar a reciclagem.

8º Copenhaga (Dinamarca)

Copenhaga tem sido repetidamente reconhecida como uma das cidades com melhor qualidade de vida do planeta. Não é por menos. A capital da Dinamarca foi a primeira cidade no mundo a promover o empréstimo público de bicicletas. Cerca de 40% de sua população pedala diariamente entre idas e vindas de casa ao trabalho, da escola para o cinema, e em outros deslocamentos quotidianos. Mas os sistemas alternativos de transporte são apenas uma parte do planeamento urbano sustentável da cidade. Anfitriã de convenções internacionais, Copenhaga é elogiada pelos esforços desenvolvidos na última década para manter as águas do seu porto limpas e seguras – tão seguras que é possível até nadar nelas.

9º Kobe (Japão)

Localizada junto a um dos maiores portos comerciais do mundo, a cidade japonesa de Kobe é conhecida pela beleza do seu meio ambiente e pela variedade de entretenimento na área urbana da cidade, cuja paisagem é realçada pelo Monte Rokko. Quando o assunto é qualidade de vida, Kobe apresenta desempenho invejável, com elevadas taxas de expectativa de vida e alfabetização quase 100%. Em termos de limpeza, a cidade orgulha-se do seu sistema de drenagem de águas residuais, separadas de modo que as fortes chuvas não afetam o tratamento de resíduos. Outro ponto a favor da atmosfera, clean, são os viários sistemas projetados para manter o tráfego em movimento constante, garantindo menor emissão de poluentes ocasionados por congestionamentos.

10º Oslo (Noruega)

Nada das tradicionais indústrias, avenidas congestionadas, barulho ou ar poluído. O que se vê na capital e, a maior cidade da Noruega é uma paisagem rodeada de colinas e florestas densas, repleta de lagos, parques naturais e casas coloridas. Sem grandes fábricas em seu território (de apenas 454 quilómetros quadrados), Oslo garante aos seus moradores uma boa qualidade de ar, apesar dos veículos, e reduzidas emissões de gases efeito estufa. A fim de seguir uma sólida estratégia de gestão de resíduos sólidos, os restos orgânicos produzidos no centro urbano são desviados para tratamento numa unidade de biogás, sendo transformados em combustível para os autocarros locais. Além disso, o gás metano proveniente do aterro sanitário é coletado e convertido em eletricidade.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Estados Unidos vai construir torre de 790 m para a geração de energia solar

Fonte: PINI
Por: Mauricio Lima

Até 2013 deve começar a construção de uma torre solar de aproximadamente 790 m de altura, que deverá fornecer energia para cerca de 100 mil residências no Estado do Arizona a partir de 2015. O projeto é da empresa de energia renovável australiana EnviroMission, que contratou a construtora Hensel Phelps para as obras.
A torre, com custo estimado em US$ 750 milhões, será conectada a uma estufa com 4,8 km de diâmetro no máximo. A estufa servirá para esquentar o ar através da radiação solar, sendo que a temperatura naquele espaço, segundo os engenheiros, poderá chegar a até 72 °C. O ar mais quente, e portanto mais leve,  sobe para a torre, por onde propulsiona 32 turbinas durante sua passagem, gerando até 200 MW de energia.

A torre será a segunda estrutura mais alta do mundo, ficando atrás somente do Burj Khalifa, em Dubai, com 811 m. A torre precisa ser alta para que o ar no topo da estrutura seja frio o bastante para que a diferença de temperatura seja maior e o ar quente suba com maior força. De acordo com a empresa, a cada 97 m, o ar diminui sua temperatura em aproximadamente 16 °C.


A Arup, que está desenvolvendo o projeto estrutural, afirma que a torre deverá ser construída com concreto reforçado, e a estufa, em steel frame. Para provocar o efeito estufa, a estrutura de aço será coberta por uma camada de vidro e uma camada translúcida de ETFE (etileno tetrafluoretileno).


De acordo com a empresa, um dos maiores problemas do projeto será a logística em pleno deserto do Arizona. Para a construção de uma estrutura deste porte, há a necessidade de uma grande infraestrutura para transporte e estoque de materiais e alojamento dos quase 1,5 mil trabalhadores.

Em 1989, um protótipo da torre foi construído em Manzanares, na Espanha, pela Schlaich Bergermann. Em escala menor, com apenas 194 m de altura, a torre metálica chegou a produzir 50 kW de energia, sendo que a estufa tinha 240 m de diâmetro.

Empresas alemãs em Curitiba para construção da casa mais ecológica do Brasil

Fonte: ParanaShop
Por: Tatiana

Encontrar o ponto de equilíbrio entre a demanda crescente por habitações e o impacto ambiental gerado pelas edificações ainda é um desafio para a construção civil brasileira (o setor responde boa parte das emissões de carbono). Métodos construtivos que utilizam materiais e tecnologias de ponta, comumente empregados na Europa e na América do Norte, chegam ao país para preencher esta lacuna: obras com alto padrão de acabamento, executadas em prazo reduzido e com maior eficiência energética.
Em Curitiba, será inaugurado nesta sexta-feira (dia 12 de agosto) um show room de empresas alemãs, que vão disponibilizar em um único espaço tecnologias inovadoras, produtos e sistemas construtivos, maquinários, centro de aperfeiçoamento de mão de obra e comércio de materiais, todos com foco na sustentabilidade. A EcOSHaus, a Homag-Weinmann e a InOS - Inovações Tecnológicas esperam vencer juntas alguns dos vários gargalos que impendem o avanço das construções verdes no país: a dificuldade em encontrar materiais adequados, profissionais qualificados e tecnologia que permita ter uma casa ou edifício de fato sustentável.
Localizado no bairro Butiatuvinha, com área de mais de 500m2, o show room é um exemplo das construções de alto padrão que o grupo alemão espera expandir no país. Edificada no sistema construtivo wood frame (que consiste na industrialização dos painéis de parede, de piso e de cobertura), o show room adota sistemas como trocador de calor, bomba de calor, placas solares, automatização da eletricidade, LEDs de alta performance, vidro duplo, isolamento de celulose com papel reciclado, responsáveis por melhorar a performance térmica das construções e por reduzir gastos com sistema de calefação, ar condicionado ou aquecimento de água.
Antes do lançamento do show room, o grupo alemão demonstrou que a rapidez é outra vantagem de uma construção em wood frame. Em parceria com a empresa paranaense Kürten Indústria de Casas Pré-fabricadas, eles construíram no dia 6 de agosto, uma residência de 120m2, edificada em apenas 12 horas. Segundo o diretor da EcOSHaus, o alemão Tobias Ott, como as estruturas são feitas em ambiente industrial, com sistemas totalmente automatizadas e com alto controle de qualidade, além da rapidez é possível ter uma "obra seca e limpa", que dispensa o uso de cimento, tijolos e armações convencionais. Por ser planejada de forma racional, praticamente não há desperdício de materiais. "Todo o processo de construção é computadorizado, isso permite mais economia e eficiência na obra. As paredes já saem da fábrica com instalação hidráulica e elétrica, prontas para acabamento. Por isso a montagem pode ser feita de 12h a 24h, o que traduz a precisão e inteligência que permeiam toda a produção", diz Ott.
Apesar das vantagens do processo construtivo, tais como sustentabilidade, rapidez e limpeza da obra, durabilidade e eficiência das construções, o empresário acredita que ainda há muitos paradigmas a serem quebrados em relação a este tipo de construção no país. "Hoje há uma maior preocupação dos governos e da população em relação às mudanças climáticas. Mas a percepção em relação ao impacto ambiental gerado pela construção civil ainda parece pequena", avalia.
Segundo o empresário, quem deseja investir em construções verdes ou ecoeficiente no país ainda encontra dificuldades do ponto de vista técnico, humano e financeiro. "Também percebemos que existem muitos estereótipos da construção civil, que classifica a qualidade das edificações brasileiras não em relação à sua eficiência, mas de acordo com o tipo de acabamento. Mas as vantagens deste processo construtivo devem romper as barreiras, para uma massificação das construções em wood frame no país, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos", aposta Ott.

"CASA MAIS ECOLÓGICA DO BRASIL"
- Obra seca e limpa gera menos resíduos (inferior a 1%) e emissão de gás carbônico cerca de cinco vezes menor que as construções convencionais;
- Pré-construção em ambiente industrializado reduz tempo da obra. Uma casa de 150 metros quadrados pode ser erguida em tempo médio de 24h;
- Construção em wood frame utiliza madeira de reflorestamento, única matéria prima renovável na construção civil;
- A madeira de reflorestamento faz o sequestro de carbono, contribuindo para a redução do efeito estufa, ao invés de agravá-lo;
- Redução no transporte por adotar matéria prima regional (90% da madeira utilizada na fabricação será do Paraná, maior produtor de pinus do país);
- Adota sistemas como trocador de calor, bomba de calor, placas solares, automatização da eletricidade, LEDs de alta performance, vidro duplo, isolamento de celulose com papel reciclado, responsáveis por melhorar a performance térmica das construções, reduzindo custo com sistema de calefação, ar condicionado ou aquecimento de água;
- Adota tecnologia para captação de água da chuva e seu reaproveitamento em sanitários;

Resíduo para recompor Calçadas

Fonte: O Repórter

Pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP mostra o lodo produzido em Estação de Tratamento de Água (ETA) pode ser usado na confecção de concreto para recomposição de calçadas. O concreto pronto tem a propriedade de encapsular resíduos metálicos perigosos presentes  no lodo, evitando que causem riscos à saúde. O reaproveitamento também evita que o lodo seja lançado na natureza, contaminando o ambiente.
Os experimentos utilizaram o lodo produzido pela ETA de Mirassol, no interior de São Paulo. “Este resíduo normalmente não é reaproveitado, sendo simplesmente descartado em corpos hídricos, podendo atingir áreas de mananciais e comprometer o abastecimento de água”, conta o professor Valdir Schalch, da EESC, que coordenou a pesquisa. 
Na ETA foi utilizado o Cloreto de Polialumínio Composto (PAC), um produto químico que é aplicado para induzir a formação do lodo por meio de coagulação. O resíduo foi levado para o Laboratório de Saneamento da EESC, onde passou por ensaios de lixiviação e solubilização. Em seguida, no Laboratório de Construção Civil da Escola, aconteceram os ensaios de utilização do lodo na produção de concreto. 
Os pesquisadores elaboraram três traços de concreto, cada um com  diferentes proporções de lodo, cimento, areia e brita. “Os melhores resultados surgiram com teores de lodo em torno de 10% na mistura”, destaca Schalch. “A espessura para que o concreto possa ser aproveitado em calçadas é de aproximadamente 5 centímetros”. 

Viabilidade
O lodo da ETA de Mirassol foi classificado como resíduo “Classe II A”. Apesar de não ser perigoso e nem inerte, ele contém teores elevados de cádmio, chumbo e manganês, metais que podem trazer riscos à saúde humana. “Quando o concreto é utilizado na calçada, esses metais ficam encapsulados, e o risco de contaminação se torna bastante reduzido”, ressalta o professor da EESC. 
De acordo com Schalch, o uso do lodo para confecção de blocos usados na construção de casas e edifícios não é recomendado, pois não existem normatizações reguladoras específicas, o que levou a sua utilização em calçamentos. “O concreto apresentou resultados satisfatórios para ser utilizado em recomposição de calçadas”, acrescenta. 
O reaproveitamento do lodo diminui os custos da destinação final do resíduo. “A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pelo Decreto 7.404/2010, no que diz respeito aos resíduos de serviços públicos de saneamento básico, estabelece que eles não devem ser lançados em corpos hídricos, como rios e lagos”, afirma o professor. “Por isso, a reutilização para produção de concreto é uma alternativa ambientalmente adequada”. 
A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado do engenheiro Alvaro José Calheiros da Costa, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Saneamento da EESC da USP. O estudo teve orientação do professor Valdir Schalch, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Saneamento da EESC.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Setor hoteleiro investe pouco em paisagismo e ecoturismo

Fonte: Forum da Construção
Inês Reis e Márcia Marques
Hoje no primeiro mundo não existe nada mais "moderno" do que conhecer os poucos lugares do mundo onde a natureza ainda está preservada, e os milhões de turistas estrangeiros que visitam regularmente a Amazônia, sabem disso.
O Brasil possui ainda regiões relevantes de áreas naturais e é o país de maior diversidade do mundo, seu potencial eco turístico é muito grande, o que tem proporcionado o desenvolvimento desta atividade, com movimentação de milhões de reais.
Os municípios brasileiros, em sua maioria, possuem atrativos para se tornarem pólos eco turísticos. Mas além da disposição do município em implantar o ecoturismo, a existência de serviços e infra-estrutura (hotéis, pousadas, estradas, telefone, etc.) é uma pré-condição a ser observada.


Entre os principais destinos conhecidos estão: Bonito (MS), Chapada Diamantina (BA), Chapada dos Guimarães (MT), Chapada dos Veadeiros (GO), Fernando de Noronha (PE), litoral sul da Bahia, Pantanal (MS/MT), Serra Gaúcha (RS), Serra do Mar (SP), Vale do Ribeira (SP) e diversas regiões do litoral nordestino.
Ouve-se falar sobre um dos maiores atrativos turísticos do Brasil, a Amazônia.
A falta de interesse dos brasileiros em conhecer a Amazônia chama a atenção dos estudiosos do turismo principalmente porque, longe de ser uma viagem tediosa, a região oferece emoção, cultura, paisagem e descobertas que aumentarão nosso conceito de cidadania. Mais espanto ainda sentimos quando lemos os relatos de tantos jovens brasileiros que se aventuram pela África, no entorno dos Pólos, em frágeis embarcações através de oceanos perigosos, escalam o Atacama e conhecem Bali na palma da mão, todas as atividades muito interessantes e válidas, mas porque tantos viajantes e aventureiros simplesmente ignoram a Amazônia de seus roteiros?

Com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil reforça a necessidade de um olhar diferenciado e de melhorias nessa área. Ainda assim, poucos setores econômicos têm percebido a importância de investir em projetos de paisagismo e ecoturismo.

Tanto os clientes, como os operadores turísticos, valorizam cada vez mais hotéis, pousadas e empreendimentos que tenham feito uma opção pela sustentabilidade e pelo meio ambiente, jardins elaborados e ambientes externos adequados.

Os jardins dos empreendimentos turísticos, apresentam níveis de qualidade inimagináveis há poucos anos atrás, não só na utilização de uma maior variedade de plantas, espelhos d’água, fontes, bancos, pergolados e outros elementos do paisagismo, servem para valorizar os ambientes, como também servem para que o cliente desfrute de um maior conforto e se sinta mais motivado a esticar a sua estadia.

O ecoturismo é uma atividade sustentável e, por se preocupar com a preservação do patrimônio natural e cultural, diferencia-se do turismo predatório. É uma tendência mundial em crescimento e responde a várias demandas: desde a prática do esporte radical ao estudo científico dos ecossistemas.

Existem várias hipóteses para tentar explicar o porquê de as pessoas estarem buscando esse tipo de atividade. As mais comuns são a preocupação com o meio ambiente, maior conscientização ecológica e uma maneira de fugir da rotina e do estresse dos grandes centros urbanos.

Estima-se que mais de meio milhão de pessoas no Brasil pratiquem o ecoturismo, que deve empregar cerca de 30 mil pessoas através de, no mínimo, 5 mil empresas e instituições privadas.

Para que uma atividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro condições básicas: respeito às comunidades locais; envolvimento econômico efetivo das comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e interação educacional - garantia de que o turista incorpore para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico.
O volume de recursos necessários para a implantação do ecoturismo varia conforme o tamanho do município, da área a ser utilizada e da disposição da administração e da população locais. Isto exigiria a adaptação dos serviços de promoção do turismo (hotéis, agências, restaurantes, atividades esportivas e culturais) a uma gama de turistas bastante heterogênea economicamente.

Embora todo município possua condições de implementar sozinho algum tipo de atividade turística, algumas questões correlacionadas não podem ser resolvidas unicamente na esfera municipal. Alguns municípios possuem atrações turísticas, mas não a infra-estrutura necessária para o turismo.

Coitadas das nossas árvores, coitadas de nossas calçadas

Fonte: Paisagismo BrasilGilberto Matter


Caminhando pelas calçadas de nossas cidades, quase sempre danificadas por buracos e dos mais variados obstáculos, vemos as árvores, quase sempre mutiladas pelas podas erradas, pelas ervas-de-passarinho, por suas raízes asfixiadas pelo calçamento, pela proximidade a fiação elétrica, ao meio fio, muros, postes de iluminação, imóveis, pelos equipamentos urbanos e muitos outros.

Danos em calçadas provocadas pelas raízes superficiais e as interferências dos galhos das árvores na rede de transmissão de energia elétrica são as ocorrências mais típicas.

Estes problemas são muito comuns de serem visualizados e provoca, na grande maioria das vezes, um manejo inadequado e prejudicial às árvores. É comum vermos árvores podadas drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, como presença de cupins, brocas, outros tipos de patógenos, injúrias físicas como anelamentos, caules ocos e podres, galhos lascados e muitos outros.

Mutiladas, ou mesmo eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.

Como elas estão, são um risco para pedestres e veículos. As quedas naturais ocorrem, seja pela idade avançada, cupins e até a inevitável poluição do meio urbano. Mas muitas poderiam ser evitadas se as pessoas e as concessionárias elétricas tivessem um pouco mais de cuidado.

A poda é o maior inimigo. Com o objetivo de livrar a fiação, as podas desequilibram as copas, aumentando os riscos de tombamento, com graves prejuízos a veículos, pedestres e edificações. Caso seja feita de forma incorreta, pode agredir e desfigurá-las, ou até mesmo matá-las.

A necessidade de poda é conseqüência do plantio de árvores inadequadas com o local. Nas ruas, o crescimento das árvores precisa se compatibilizar com redes de fiação, postes de iluminação, semáforos, letreiros e outros.

O ideal seria o preparo da árvore desde jovem, com podas de contenção, que é a redução da altura da copa, com o objetivo de mantê-la abaixo da fiação aérea.

Os moradores também têm culpa, quando cimentam em volta do tronco, podam de forma irregular, cortam as raízes que estão quebrando a calçada, plantam espécies exóticas na frente do seu imóvel, passam cal no tronco (às vezes pintam com tinta mesmo), colocam placas, enfim uma serie de atentados as nossas árvores, que fazem senão, nos dar vários benefícios, como a sua sombra, abrigo aos pássaros, combater a poluição nos dando o seu oxigênio, diminuir os ruídos, além de embelezar e diminuir a aridez provocada pelas edificações, tudo isto sem nos cobrar nada em troca. As árvores exercem grande influência sobre a qualidade de vida das pessoas, além de tornar a paisagem mais bela e agradável.

O problema poderia ser evitado com um bom planejamento, bem como o envolvimento com empresas e com a população em geral, através de programas de educação ambiental, procurando envolver os moradores no processo de arborização ou rearborização da cidade.

A responsabilidade da calçada é do proprietário do imóvel, mas quem plantou a árvore que a danificou? De quem é a culpa por nossas árvores estarem assim?

Imaginem se nossas árvores fossem bem conduzidas, as calçadas bem feitas e padronizadas, certamente nossas cidades seria muito mais bonitas. É preciso conversar e trocar idéias para ver onde queremos chegar, para converter o que estamos vendo por aí.

Dois empreendimentos brasileiros estão entre os mais sustentáveis




Em ranking elaborado pelo Climate Positive Development Program, iniciativa da Fundação Clinton e do U.S. Green Building Council, dois empreendimentos brasileiros foram escolhidos entre os 18 projetos mais sustentáveis do mundo. São eles: Parque da Cidade, em São Paulo, e Pedra Branca Cidade, situado em Palhoça, em Santa Catarina.

Considerado referência internacional de desenvolvimento urbano e redução da emissão de CO2, o megacomplexo paulista, desenvolvido pela Odebrecht e situado em uma área de 82 mil m² no bairro do Brooklin, conta com prédios residenciais, comerciais, shopping e hotel. Segundo a construtora, por conta de iniciativas sustentáveis, a fase de obras deve economizar R$ 500 mil. Já na operação, o empreendimento terá sistema de captação de energia solar, uso de lâmpadas LED, ar condicionado com sistema para economia de energia elétrica, captação de água da chuva e sanitários com sistema de esgoto a vácuo. 

Já o projeto Pedra Branca Cidade, em Palhoça, Santa Catarina, começou a ser desenvolvido no ano de 1997 onde, até então, as terras que compõem o maior e mais desenvolvido empreendimento da região faziam parte de uma fazenda destinada à agropecuária. O projeto de urbanização de 250 hectares possui edifícios dotados de tecnologias alternativas, com certificação ambiental e materiais recicláveis. As ruas priorizam o pedestre e o transporte por bicicletas. O objetivo maior é se tornar uma região com emissão de carbono zero.

Os outros projetos lembrados pelo ranking foram: Victoria Harbour e Barangardo (Austrália), Menlyn Maine (África do Sul), Magok Urban Project (Japão), Mahindra World City e Godrej Garden City (Índia), Panamá Pacífico (Panamá), Project Zero (Polônia), Stockholm Royal Seaport (Suécia), Albert Basin (Irlanda do Norte), Elephant & Castle (Inglaterra) e os empreendimentos americanos Dorckside Green, Ecodistricts, Treasure Island, Oberlin e Waterfront Toronto.

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/dois-empreendimentos-brasileiros-estao-entre-os-18-mais-sustentaveis-do-290431-1.asp

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Substitua as espécies invasoras de seu jardim

Fonte: Paisagismo BrasilAnita Cid

Muitas vezes ao projetar um jardim, o paisagista não tem idéia de seu papel na manutenção do equilíbrio ecológico. A escolha adequada das plantas que irão compor um jardim ou parque, é essencial para que não haja nenhum dano ao meio ambiente, nem econômico para o proprietário do local.

A seguir são apresentadas três espécies exóticas invasoras e suas respectivas opções de substituição:

Impatiens walleriana (beijinho, maria-sem-vergonha)
Impactos ecológicos: Domina completamente áreas sombreadas, em especial ambientes úmidos, deslocando plantas nativas de sub-bosque.
Substituir por: Impatiens hawkeri (beijo-pintado)

Lonicera japonica (madressilva)
Impactos ecológicos: Ocupa dossel e bordas de florestas e capões causando extremo sombreamento, sufoca e impede o desenvolvimento da vegetação nativa por competição por luz, nutrientes e agentes polinizadores.
Substituir por: Jasminum polyanthum (jasmim-dos-poetas)

Eriobotrya japonica (nêspera, ameixa-amarela)
Impactos ecológicos: Ocupa o espaço de espécies nativas no interior de florestas, seus frutos são muito atrativos para os pássaros que se alimentam da espécie e propagam suas sementes em detrimento das espécies nativas que com isso têm a dispersão de suas sementes reduzida.
Substituir por: Eugenia uniflora (pitangueira) 

O que é um projeto sustentável?

Hoje os edifícios são os principais responsáveis pelos impactos causados à natureza, pois consomem mais da metade de toda a energia usada nos países desenvolvidos e produzem mais da metade de todos os gases que vem modificando o clima.
O projeto de arquitetura sustentável contesta a idéia do edifício como obra de arte e o compreende como parte do habitat vivo , estreitamente ligado ao sítio, à sociedade, ao clima, a região e ao planeta. Se compromete a difundir maneiras de construir com menor impacto ambiental e maiores ganhos sociais, sem contudo, ser inviável economicamente.
A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma maior sustentabilidade deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, manutenção e sua reciclagem ou demolição. O caminho para a sustentabilidade não é único e muito menos possui receitas, e sim depende do conhecimento e da criatividade de cada parte envolvida.
“É extremamente importante que o profissional tenha em mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma arquitetura mais sustentável. Com o avanço tecnológico sempre surgirão novas soluções mais eficientes.” (YEANG,1999)
Alguns princípios básicos devem nortear o projeto:
  • Avaliação do impacto sobre o meio em toda e qualquer decisão, buscando evitar danos ao meio ambiente, considerando o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e o ecossistema;
  • Implantação e análise do entorno;
  • Seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis;
  • Minimização e redução de resíduos;
  • Valorização da inteligência nas edificações para otimizar o uso;
  • Promoção da eficiência energética com ênfase em fontes alternativas;
  • Redução do consumo de água;
  • Promoção da qualidade ambiental interna;
  • Uso de arquitetura bioclimática.

Quais as Vantagens de um projeto sustentável?

O projeto sustentável, por ser interdisciplinar e ter premissas mais abrangentes, garante maior cuidado com as soluções propostas, tanto do ponto de vista ambiental quanto dos aspectos sociais, culturais e econômicos.
O resultado final dessa nova arquitetura ecológica, verde e sustentável, proporciona grande vantagem para seus consumidores. Quem não quer ter uma casa saudável, clara, termicamente confortável e que gaste menos água e energia?
A casa ecológica, além de beneficiar o meio ambiente, garante o bem estar de seu usuário (faz bem para a saúde, para o bolso e para o planeta.)
Já a prática da arquitetura sustentável em empreendimentos imobiliários pode ser ainda mais vantajosa, uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Esse nicho de mercado é hoje um diferencial, mas no futuro se tranformará em requisito, pois está dentro da necessidade urgente de melhores indicativos de qualidade de vida.
Os principais benefícios são:
  • redução dos custos de investimento e de operação;
  • imagem, diferenciação e valorização do produto;
  • redução dos riscos;
  • mais produtividade e saúde do usuário;
  • novas oportunidades de negócios;
  • satisfação de fazer a coisa certa.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Construção sustentável custa mais caro?


A adoção de soluções ambientalmente sustentáveis na construção não acarreta em um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as fases de concepção do projeto. Em alguns casos, podem atéreduzir custos. Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício verde gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel.
Um sistema de aquecimento solar, por exemplo, se instalado em boas condições de orientação das placas, pode ser pago, pela economia que gera, em apenas um ano de uso. Edifícios que empregam sistema de reuso de água (a água dos chuveiros e lavatórios, após tratamento, volta para abastecer os sanitários e as torneiras das áreas comuns) podem ter uma economia de água da ordem de 35%. Por princípio, a viabilidade econômica é uma das três condições para a sustentabilidade.
O estudo inglês Costing sustainability, “How much does it cost to achieve BREEAM and EcoHomes ratings (2004)”, concluiu que em alguns casos a adoção de estratégias avançadas de sustentabilidade podem inclusive reduzir custos.
“A construção sustentável não custa mais caro, desde que integrada na etapa de concepção do edifício, ou seja, desde a fase de projeto.”
Antônio Setin (presidente da construtora Setin)
“Além de gerar economia, a construção sustentável vai se valorizar. Ou seja, os imóveis sustentáveis terão maior valor de venda e revenda, em poucos anos”
Alexandre Melão (Esfera)

Arquitetos alemães criam pavilhão que cobre praça em Sevilha

Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios

Um pavilhão gigante que lembra um imenso engradado de madeira suspenso acaba de ser inaugurado no coração de Sevilha, na Espanha. Batizada de Metropol Parasol, em alusão ao formato de guarda-sol, a imensa estrutura marca o final das obras de renovação da Plaza de la Encarnacíon, uma das mais importantes da cidade espanhola. 

Projetada pelo escritório de arquitetura alemão J. Mayer H, a construção abriga um museu arqueológico, um mercado e múltiplos bares e restaurantes, além de um terraço panorâmico. Com uma das mais extensas e criativas coberturas de poliuretano que já se viu, o "guarda-sol" traz um contorno contemporâneo para o centro medieval e já pode ser considerado a nova atração da cidade. A vocação mista da obra – tanto para a cultura quanto para os negócios – contribui para Sevilha se tornar um dos destinos mais fascinantes do mundo.



Paisagismo e seus estilos

Fonte: Paisagismo Brasil
Por: Jackelinne Sotomayor e Karolinne Sotomayor
Para definir o jardim que queremos em nossa residência, além de termos o cuidado da escolha de um bom profissional, temos que ter em mente a variedade de opções, estilos e técnicas de plantio, assim, nós poderemos enxergar uma diversidade maior e optar pelo tipo que mais se enquadra nas nossas características pessoais. 

Com o desenvolvimento social, o homem que vive basicamente no meio rural, transporta-se às cidades, adaptando-se ao meio urbano. Infelizmente o crescimento acelerado desse meio, faz o homem deixar de lado riquezas naturais, como a vegetação e suas árvores nativas, dando vida a prédios, residências, comércios e ao crescimento desordenado da cidade. 

No final do século XVIII surge no Brasil a tentativa de reaproximação do meio ambiente com jardins adaptados que buscam estimular a sensibilidade à paisagem: “O Paisagismo”. Essa preocupação levará à integração dos elementos da flora no próprio traçado da cidade, assim como nas residências e nos prédios, resultando como reação e, ao mesmo tempo, solução ao problema do adensamento urbano e residencial. 

O homem começa a perceber a qualidade de vida proporcionada pelo paisagismo. Conforme o dicionário Michaelis, o paisagismo é (paisagem+ismo) 2 Arquit Estudo complementar da arquitetura que consiste nos processos de preparação e realização de paisagens. Destacamos, portanto que o paisagismo é um estudo e planejamento das melhores formas de se adaptar plantas de diversos tipos cada qual com suas características, em uma paisagem, natural ou não, proporcionando leveza, beleza, produtividade, manutenção de recursos naturais e qualidade de vida aos que dela desfrutarão. O paisagismo possui um forte cunho ecológico, biológico, sustentável e social. 

Para definir o jardim que queremos em nossa residência, além de termos o cuidado da escolha de um bom profissional, temos que ter em mente a variedade de opções, estilos e técnicas de plantio, assim, nós poderemos enxergar uma diversidade maior e optar pelo tipo que mais se enquadra nas nossas características pessoais. Abaixo, portanto, definiremos alguns tipos de jardins. 

No paisagismo existe a opção de jardins com plantação de: chás, temperos, ervas medicinais, especiarias de ervas in natura, formando-se pequenas hortas. Esse tipo de escolha foi se desenvolvendo e tornou-se uma necessidade ou até mesmo um hobby para os dias atuais. Mas existem os jardins que foram se desenvolvendo com a história do paisagismo e hoje ainda perduram, formando os estilos. 

O Jardim Tropical que têm caminhos de contornos naturais, sua essência é descontraída e avessa a podas e simetrias, o Jardim Desértico que reproduz uma paisagem árida, o Jardim Italiano que tem um contexto bastante clássico e funcional, mas não tão rígido e formal como o Jardim Francês, o Jardim Inglês que é uma revolução contra os padrões rígidos e simétricos de outros estilos, o Jardim Japonês que japonês transmite paz e espiritualidade e o Indiano que os jardins e as paisagens são muito associados às construções. 

Vimos, portanto, que para cada época existe um estilo de jardim, porque há inúmeras formas de se moldar o paisagismo. Combinar a personalidade com o que se almeja também gera um estilo: um lugar para tornar sol, um espaço para as crianças brincarem, um canto para o churrasco. 

Mais do que um elemento da fachada, o jardim pode abrigar áreas para descanso e lazer, transformando-se numa extensão da casa. O jardim se integra à obra, se comunica com ela, reforça a vida de uma edificação proporcionando a maior permanência das pessoas nas áreas em que ele existe. O paisagismo é uma escolha, e além de melhorar a qualidade de vida de quem optou executar e manter um jardim dentro de casa,  é uma opção participativa e ativa na contribuição do desenvolvimento sustentável de uma sociedade.