terça-feira, 10 de julho de 2012

Coleta de água da chuva


COLETA DE ÁGUA DA CHUVA NA CIDADE 
Essa é uma das várias soluções adotadas na casa da arquiteta paulistana Consuelo Jorge e do marido, o engenheiro Sergio Cordeiro. Entusiasta da união de ecologia e tecnologia, ele frequenta feiras no exterior, adapta equipamentos náuticos para uso doméstico e desenvolve sozinho o que não encontra pronto no mercado. “Tem que ser idealista e um pouco inventor”, afirma.

A água da chuva coletada no telhado irriga o jardim e abastece as torneiras externas. Um sistema de reúso reduz ainda mais o consumo. “Com isso deixamos de gastar R$ 100 por mês na conta de água. Em seis anos, essa economia já amortizou o custo de instalação”, calcula. Embora a casa já contasse com sistema de aquecimento solar, Sergio queria aproveitar mais essa fonte de energia. Por isso, investiu numa bomba elétrica movida a energia solar, captada por uma placa fotovoltaica no telhado. “Na época, em 2003, paguei R$ 1 800. 

Foi uma escolha ideológica, pois o sistema ainda não gerou eletricidade suficiente para compensar esse valor”, explica. Como os três tipos de água que abastecem a moradia (da chuva, de reúso e a proveniente da empresa de abastecimento) não podem se misturar, há a necessidade de tubulações e caixas extras, o que encarece o projeto. “O custo é alto, mas estamos ajudando a preservar um recurso natural e a diminuir as enchentes”, diz. 




Ar-condicionado ecológico: O projeto arquitetônico previa uma cascata decorativa feita de chapas de aço corten. “Vou tirar partido dela”, pensou Sergio durante a obra. Conhecendo o funcionamento dos climatizadores evaporativos de uso industrial – que diminuem a temperatura do ambiente em até 5 ºC por meio da evaporação de água –, resolveu adotar o mesmo princípio em casa. Ao passar através da cascata, o ar torna-se mais fresco e úmido, e é então soprado no interior da sala por meio de uma grelha embutida no piso. “Parece uma brisa de cachoeira”, compara Consuelo. O sistema utiliza água da chuva, filtrada e clorada.
Captação de chuva: “Conheci o método numa feira na Alemanha e adaptei para a nossa realidade”, afirma Sergio. Enquanto lá fora a questão é impedir a entrada de folhas, que levam à proliferação de bactérias e fungos (o que se resolve com um filtro), aqui a dificuldade consiste em evitar que a água poluída da primeira chuva após um longo período de estiagem alcance a cisterna. Para isso, o engenheiro bolou uma caixa de descarte da primeira chuva. Quando ela enche, um sistema de boias criado por ele com garrafas pet fecha a passagem. Só então a coleta na cisterna se inicia. 

Deu certo: uma análise encomendada por ele ao Instituto Adolfo Lutz atesta que a água é saudável para consumo doméstico não humano. 

Reúso: A água que escoa de chuveiros, lavatórios, máquina de lavar e tanque passa por dois filtros e vai para um reservatório sob o deck, onde é clorada e bombeada até uma segunda caixa localizada no telhado. Depois de um tratamento químico, está pronta para abastecer as descargas.
 



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