quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mayfair - O contemporâneo renascimento da área londrina

MERCADO | Imóveis
Por Mailza Marinho - 25/05/2012

Famoso pela sua obra literária, Johann Wolfgang von Goethe presenteou o mundo com valiosos ensinamentos. Um deles foi o de se fazer, no presente, um futuro melhor
desenvolvendo elementos do passado, prática que estimula a evolução, considerando a importância de cada momento com o mesmo peso.
A sabedoria de Goethe pode ser vivida em alguns pontos do mundo. Da charmosa Amsterdã do século XXI, com empreendimentos recentes como o Conservatorium Hotel, à Rue Foch, na capital libanesa Beirute, são cada vez mais presentes os movimentos de renovação do antigo em prol do hoje que se mistura, clique a clique, a um futuro menos distante.
Na mesma linha, dia após dia ganha mais destaque a clássica Mayfair, localizada na região central de Londres. A área comemorou seus 325 anos em maio de 2011 com uma série de novidades que, ao mesmo tempo, chamaram a atenção pela característica capacidade local de reinventar sem destruir, ser vanguardista e guardar as próprias origens, mantendo e conquistando apreciadores do famoso estilo peculiar.
Fontes locais atribuem o impulso para a mudança a Grosvenor Estate, conhecido conjunto de aristocráticos donos de trechos da Mayfair, e atualmente um grupo internacional que possui em média 120 hectares de Mayfair e Belgravia, e ativos de aproximadamente 16 bilhões de dólares. Três anos atrás, juntamente com o Conselho da Cidade de Westminster, os proprietários de terras decidiram dar início à revitalização da essencial rua Mount Street e suas construções, por regra impedidas de sofrer alterações em suas fachadas e detalhes arquitetônicos históricos.
A centenária Mayfair reflete em suas ruas seu passado esplendoroso. Entre os negócios históricos estão a casa de carnes Allens of Mayfair, há 120 anos servindo os exigentes residentes das proximidades e a maioria das estreladas cozinhas Michelin em Londres. O destaque atual fica com outro símbolo secular, o marcante The Connaught. Inaugurado em 1897, o hotel foi renovado em 2011 pelo arquiteto Tadao Ando, que praticamente estabeleceu a nova era da paisagem vitoriana local.

Os hotéis, aliás, fomentam o movimento permanente de renovação em sentido amplo. Além da mudança visual das construções, variados estilos de personagens marcaram, por exemplo, o cenário local durante a celebrada edição de fevereiro da London Fashion Week. Agradecimentos dirigidos especialmente ao The May Fair Hotel, destino oficial da elite contemporânea da moda.
O tradicional comércio de rua (inventado pelos ingleses, que já tinham lojas de departamentos no século XIX) ganha cada vez mais uma nova interpretação de vanguarda na rica região do momento. Novos nomes dividem o restrito espaço disponível mesclando tradição e inovação com discrição, possível fórmula do sucesso das vendas de alto valor realizadas nas lojas por ali instaladas, em grande parte feitas para abastados estrangeiros residentes em Londres.
Christian Louboutin é um exemplo de maestria no assunto. Além da bem localizada loja na Mount Street, a aclamada marca valoriza a área em outro forte ponto de venda de Mayfair, a loja de departamentos Selfridges. Lá, foi lançada em fevereiro deste ano uma coleção especial de vinte sapatos e seis bolsas, que traduzem a trajetória e valores do designer. A coleção faz parte das comemorações das duas décadas de existência da marca.
O estilo marcado pelas novidades imprime, em quem passeia pelo local, o estranhamento elegante típico dos movimentos ingleses. Entre elas também estão expoentes como Marc Jacobs, Nicholas Kirkwood e o joalheiro Stephen Webster, que consegue ser, ao mesmo tempo, diretor criativo das peças roqueiras de sua marca e de uma das mais antigas casas de joias do mundo, a tradicional Garrard.
A relação que ainda inclui Goyard, Lanvin, a britânica Macintosh, Porsche e tantos outros titãs do luxo ganha cada vez mais nomes. Um deles é o ícone Fabergé. Recentemente a marca voltou à cena em novo endereço, a rua Grafton, depois de quase um século ausente na região. Aberta em 1906, a Fabergé de Londres ficava na rua Dover e mudou em 1910 para a rua Bond, sendo fechada em 1915 devido à repatriação de bens russos no começo da Primeira Guerra Mundial. E mais marcas virão.

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