Por: Thiago carrapatos
Fonte:
planetasustentavel.abril.com.br/blog
As cidades já sofrem por falta de
espaços, por que, então, deixar terrenos vazios sem utilização? Principalmente
se esses terrenos forem de propriedade do governo, ou seja, públicos. A
iniciativa 596acres.org mapeou as áreas sem utilização no Brooklyn,
em Nova York, e organiza comunidades para se apropriarem dos lotes.
O
mapa usa o banco de dados do Departamento de Planejamento da Cidade para
identificar a localidade de áreas que foram cadastradas como “vagas”. São
espaços de diversos tamanhos que o governo local ainda não conseguiu achar um
motivo para usá-los. Ao todo, foram 596 acres, mais de 2,4 milhões de metros
quadrados, que não estavam sendo pensados nem ao menos em como a comunidade
poderia usufruir e dar uma significação a eles.
O
projeto, então, identificou as áreas, imprimiu mapas em um material resistente
à chuva, escreveu os dados sobre cada lote (quem é o responsável, para onde
ligar, qual o tamanho e outras informações) e pendurou tudo em grades que
protegem os próprios terrenos. Os moradores da região, interessados em dar uma
outra – ou alguma – significação às áreas usaram as informações para entrarem
em contato com os órgão responsáveis e começarem projetos que envolvam a
comunidade da região.
Foi dessa maneira que duas
mulheres conseguiram transformar o terreno próximo às suas casas em uma praça
oficializada pelo governo. As duas, viciadas em jardinagem, como elas até se
classificam, resolveram usar a área abandonada para plantar verduras e legumes
por meio de oficinas com outros moradores da região. A ideia era criar uma
plantação que pudesse gerar alimento fresco e capacitar os vizinhos para que
eles também se responsabilizassem pelos novos moradores, as plantas. E, daí,
deu tão certo que até entrou como parte de um programa oficial de jardinagem da
prefeitura de Nova York, o Green Thumb.
O
projeto também organiza oficinas para mostrar como usar melhor as ferramentas
do próprio site, além de ajudar na identificação e tagueamento das áreas
abandonadas. A página na internet possibilita que se cadastre mais áreas e as
atividades feitas pelos moradores que já acontecem nos terrenos. Assim, dá para
ter uma ideia da quantidade das áreas ainda inutilizadas e dos locais que já
possuem articulação da comunidade.
E é legal perceber que o projeto
só foi possível graças a disponibilização dos dados do órgão governamental.
Aqui no Brasil, graças à lei de acesso à informação, que
entrará em vigor em breve, esse tipo de material deverá ser liberado para que
os cidadãos possam se informar e criar aplicações, sites e outros
processamentos desses dados, como é o 596acres.org.
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