Por:
Thiago Carrapatoso
Fonte:planetasustentavel.abril.com.br/blog
O
preconceito às culturas não tão ocidentais, como sabemos, é tátil por toda a
mídia. Há muito juízo de valor sem o devido embasamento. Culturas inteiras são
julgadas por causa de falsas orientações da imprensa, como aconteceu
principalmente depois dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, em Nova York.
Foi pensando nesse ranço cultural
que o Bidoun Project (que
significa ausência) foi criado. A ideia do projeto é preencher um espaço que a
cobertura artística e cultural deixou sobre o Oriente Médio, de forma a ser uma
plataforma para divulgação de imagens e ideias sobre a região. A iniciativa
atua em três vertentes: publicações, educativo e curatorial.
Um dos projetos que mais me
chamou a atenção é a Bidoun Library (biblioteca Bidoun), que é itinerante
e contempla publicações achadas por meio de uma pesquisa no Google. Como
demonstra a exposição que eu vi no The New Museum, o
material exposto apareceu em uma busca pelo mecanismo por meio das palavras
“árabe”, “brochura”, “1970″ e “<$3". Ou seja, as publicações que se
encaixavam nesses critérios eram compradas e dispostas na galeria do museu. Só
essas simples buscas trazem ao público diversas questões sobre como o Oriente
Médio é retratado na cultura popular. Por meio dos livros, vê-se fisicamente os
clichês e quais temas são mais associados à cultura da região (como várias
publicações com vilões que moram no deserto, sobre petróleo e com análises
sobre terrorismo).
Além de exposições, o grupo
também publica uma revista homônima, que já está na sua 25ª edição, e que trata
sobre assuntos variados, desde um relato sobresedução e o desejo de ser desejada até uma entrevista com a musicista M.I.A. Vale a
pena dar uma navegada pelas edições e ler as
reportagens e artigos (infelizmente, ainda todos em inglês, mas nada que um tradutor do Google não ajude).
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