segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Brasil, a Guerra Cambial e o crescimento econômico


Por Ricardo Pereira

Um assunto em especial tem dominado o noticiário econômico do Brasil e boa parte do espaço econômico de jornais pelo mundo: a desvalorização do dólar. Muito se vala sobre uma “Guerra Cambial”, travada de forma voraz entres EUA e China e com reflexos no mundo todo. Durante todo o período eleitoral o tema foi pouco debatido no Brasil dando margem para incertezas.
Passado o período de votação, o assunto passou a fazer parte das entrevistas da Presidente eleita Dilma Rousseff. Suas primeiras seguiram no sentido de tranquilizar o mercado quanto às ações do governo. Segundo ela, os pilares da estabilidade serão preservados e o câmbio flutuante será mantido. Que bom.

E lá fora?
Os Estados Unidos continuam sofrendo com a crise. A retomada tem sido lenta e os reflexos desse cenário são percebidos na baixa popularidade do Presidente Obama. As medidas tomadas por lá para tentar alavancar a economia levam à desvalorização ainda maior de sua moeda. Na semana passada correu a notícia de que o FED comprará mais de US$ 600 bilhões em títulos para aquecer a economia.

Juros altos
A valorização do Real acontece porque os investidores internacionais não estão encontrando em seus países de origem oportunidades tão atraentes (rentáveis) como as que existem por aqui. A Taxa Selic está em 10,75% ao ano, o que de longe é uma taxa muito mais vantajosa do que os atuais 0,25% dos Estados Unidos, por exemplo. Na Zona do Euro as taxas de juros também estão muito baixas.

Oferta X Procura
O dinheiro que vem pra cá alimenta a lei da oferta e demanda. A grande oferta de dólares faz seu valor despencar em relação ao Real, o que faz com que os produtos importados fiquem baratos; na outra ponta, nossa indústria perde competitividade para exportar, pois seus produtos se tornam caros diante do mercado internacional.
O protecionismo de algumas nações também contribui para o agravamento desse cenário. O maior exemplo disso é a China, que não quer adotar políticas de câmbio para não ver seus produtos perderem competitividade.

A lição de casa
Voltando para o ambiente doméstico é cada dia mais urgente e necessário uma política pública voltada para a gestão dos gastos públicos. Por mais que os avanços tenham sido grandes nos últimos anos, é evidente que o serviço público gasta muito, e mal. Precisamos voltar os esforços para reformas indispensáveis: política, fiscal e previdenciária.
Impostos altos e gastos elevados baseados em pouca agilidade da máquina pública são o pior dos mundos e isso não fará nossa economia crescer de forma sustentada por muito tempo. Talvez essas ações sejam parte do grande salto de confiabilidade que o país precisa enfrentar para garantir o crescimento no futuro.
O governo precisa economizar e voltar a buscar metas reais de superávit fiscal, além de diminuir a dívida pública para, enfim, buscar uma efetiva redução de suas taxas de juros.

Como você já sabe, eu sou otimista, mesmo percebendo o potencial explosivo para o assunto. Acredito que nosso país precisa intensificar o debate; e isso acontecerá. Os benefícios de uma economia estável passam pelo equilíbrio de todos os setores e o câmbio é um elemento fundamental dentro dessa engrenagem. Até a próxima.
Um assunto em especial tem dominado o noticiário econômico do Brasil e boa parte do espaço econômico de jornais pelo mundo: a desvalorização do dólar. Muito se vala sobre uma “Guerra Cambial”, travada de forma voraz entres EUA e China e com reflexos no mundo todo. Durante todo o período eleitoral o tema foi pouco debatido no Brasil dando margem para incertezas.
Passado o período de votação, o assunto passou a fazer parte das entrevistas da Presidente eleita Dilma Rousseff. Suas primeiras seguiram no sentido de tranquilizar o mercado quanto às ações do governo. Segundo ela, os pilares da estabilidade serão preservados e o câmbio flutuante será mantido. Que bom.

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