segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Afonso Eduardo Reidy


Filho de pai inglês e mãe brasileira, cedo passa a viver no Rio de Janeiro e aos 17 anos começa a estudar na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (cidade), onde se forma arquiteto.
Influenciado pelas idéias de Le Corbusier, faz parte da equipe de arquitetos que no fim da década de 1930 projeta o edifício-sede do recém-criado Ministério de Educação e da Cultura (edifício conhecido hoje como Palácio Gustavo Capanema). Aí trabalha junto de Oscar Niemeyer sob a direção de Lúcio Costa, com a colaboração do próprio Corbusier.
Já em 1930 leciona na escola onde se formou, contribuindo para a formação de uma geração de arquitetos que ficará conhecida como "escola carioca". É responsável pelas cadeiras de desenhoplanejamento urbano.
Reidy foi um dos nomes paradigmáticos do grupo de arquitetos conhecidos como Escola carioca. Dessa forma, sua obra procura absorver as propostas do International style e interpretá-las no contexto brasileiro. Por outro lado, sua obra foi uma das únicas elogiadas pelo artista europeu construtivista Max Bill quando de sua conhecida crítica à arquitetura brasileira moderna e especialmente à vertente carioca.
Esteve grande parte da vida ligado ao serviço público, notadamente na elaboração do Plano diretor do Rio de Janeiro, onde começou como estagiário ainda estudante. Como diretor do Departamento de Urbanismo da prefeitura empreende alguns projetos importantes, como a urbanização do centro carioca. Participa do projeto do Aterro do Flamengo, junto de Burle Marx. Nesse período casa-se com Carmen Portinho, a terceira mulher a se formar em um curso de engenharia no país.
Em 1954 projeta o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, obra de concepção estrutural arrojada, logo após obter o primeiro prêmio da Exposição Internacional de Arquitetos da I Bienal de São Paulo, em 1953. Com o prestígio alcançado, é convidado a projetar o Museu Nacional do Kuwait.
Também é responsável pelos projetos do "Conjunto Habitacional da Gávea", projeto mutilado pela construção do Túnel Zuzu Angel, e do "Conjunto Habitacional Pedregulho", considerado arrojado pela sua concepção espacial e pela prioridade dada aos equipamentos de lazer e convivência.
Os críticos costumam apontar os dois projetos como suas obras-primas.
O arquiteto Reidy foi o primeiro a propor um Centro Cívico no Brasil, conforme os “civic centers” americanos, no seu projeto para da área do desmonte do morro Santo Antônio, no Rio de Janeiro, em 1948.
Após sua morte, durante as décadas de 1970 e 80, toda a obra da geração à qual Reidy pertenceu, assim como o seu ideário e visão de mundopassou a ser bastante criticada, à medida que surgia a pós-modernidade.
Entre os seus projetos mais denunciados está o Pedregulho (e que ironicamente é um dos mais elogiados). Os críticos alegam que o projeto não considerava as necessidades e características da população à qual se destinava, o que levou à efetiva degradação do local.



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