quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Coitadas das nossas árvores, coitadas de nossas calçadas

Fonte: Paisagismo BrasilGilberto Matter


Caminhando pelas calçadas de nossas cidades, quase sempre danificadas por buracos e dos mais variados obstáculos, vemos as árvores, quase sempre mutiladas pelas podas erradas, pelas ervas-de-passarinho, por suas raízes asfixiadas pelo calçamento, pela proximidade a fiação elétrica, ao meio fio, muros, postes de iluminação, imóveis, pelos equipamentos urbanos e muitos outros.

Danos em calçadas provocadas pelas raízes superficiais e as interferências dos galhos das árvores na rede de transmissão de energia elétrica são as ocorrências mais típicas.

Estes problemas são muito comuns de serem visualizados e provoca, na grande maioria das vezes, um manejo inadequado e prejudicial às árvores. É comum vermos árvores podadas drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, como presença de cupins, brocas, outros tipos de patógenos, injúrias físicas como anelamentos, caules ocos e podres, galhos lascados e muitos outros.

Mutiladas, ou mesmo eliminadas, quando se trata de reformas urbanas como alargamento de vias, conserto de encanamentos, manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais.

Como elas estão, são um risco para pedestres e veículos. As quedas naturais ocorrem, seja pela idade avançada, cupins e até a inevitável poluição do meio urbano. Mas muitas poderiam ser evitadas se as pessoas e as concessionárias elétricas tivessem um pouco mais de cuidado.

A poda é o maior inimigo. Com o objetivo de livrar a fiação, as podas desequilibram as copas, aumentando os riscos de tombamento, com graves prejuízos a veículos, pedestres e edificações. Caso seja feita de forma incorreta, pode agredir e desfigurá-las, ou até mesmo matá-las.

A necessidade de poda é conseqüência do plantio de árvores inadequadas com o local. Nas ruas, o crescimento das árvores precisa se compatibilizar com redes de fiação, postes de iluminação, semáforos, letreiros e outros.

O ideal seria o preparo da árvore desde jovem, com podas de contenção, que é a redução da altura da copa, com o objetivo de mantê-la abaixo da fiação aérea.

Os moradores também têm culpa, quando cimentam em volta do tronco, podam de forma irregular, cortam as raízes que estão quebrando a calçada, plantam espécies exóticas na frente do seu imóvel, passam cal no tronco (às vezes pintam com tinta mesmo), colocam placas, enfim uma serie de atentados as nossas árvores, que fazem senão, nos dar vários benefícios, como a sua sombra, abrigo aos pássaros, combater a poluição nos dando o seu oxigênio, diminuir os ruídos, além de embelezar e diminuir a aridez provocada pelas edificações, tudo isto sem nos cobrar nada em troca. As árvores exercem grande influência sobre a qualidade de vida das pessoas, além de tornar a paisagem mais bela e agradável.

O problema poderia ser evitado com um bom planejamento, bem como o envolvimento com empresas e com a população em geral, através de programas de educação ambiental, procurando envolver os moradores no processo de arborização ou rearborização da cidade.

A responsabilidade da calçada é do proprietário do imóvel, mas quem plantou a árvore que a danificou? De quem é a culpa por nossas árvores estarem assim?

Imaginem se nossas árvores fossem bem conduzidas, as calçadas bem feitas e padronizadas, certamente nossas cidades seria muito mais bonitas. É preciso conversar e trocar idéias para ver onde queremos chegar, para converter o que estamos vendo por aí.

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