Por Thaís
Lauton
Por mais que as plantas não entrem e saiam de moda, certamente
estão sujeitas a modismos. Desde que escrevo sobre o assunto, já acompanhei
vários deles. Quem não se lembra das samambaias de metro penduradas nos cantos
das paredes das varandas dos anos 1970? Houve também a invasão dos jardins
europeus com buxinhos e pinheiros topiados em forma de bolas e de triângulos.
Mais tarde, algumas espécies ganharam o título de auspiciosas com a febre do
Feng Shui . E mais recentemente, chegou a vez das plantas escalarem os muros
para formar os jardins verticais. Com exceção dos jardins europeus que nunca
foram os meus favoritos aqui no Brasil, ainda curto todas as demais espécies e
ideias. Sinto pelo fato de serem usadas à exaustão, tanto que muita gente enjoa
e não quer mais saber delas. A sorte é que nem todo paisagista segue modismos.
Há muitos que preferem ir pela contramão e usar principalmente o que todo mundo
está condenando ou não quer ver nem pintado de ouro. Foi assim que as
samambaias voltaram aos jardins, as avencas, as árvores-da-felicidade, os
bambus-mossô, as bromélias, os cactos, os pingos-de-ouro e tantas outras
variedades. Gosto de acreditar que assim como a decoração, o paisagismo não
pode seguir regras. Que graça tem você olhar para o seu jardim e para o do seu
vizinho e encontrar as mesmas plantas? Faça um exercício antes de escolher as
variedades que plantará no seu espaço. Eu, por exemplo, quis ter um
jasmim-manga de flor rubra (foto), que é uma espécie comum nos jardins mais
antigos, “de avó”, porque adoro o seu comportamento. Ele mantém-se florido
entre a primavera e o verão, e entre o outono e o inverno, perde completamente
as folhas e revela os seus galhos esculturais. Ao eleger as suas preferidas,
garanto que você não vai querer trocar quando outro modismo passar.
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