As coisas vão muito bem, certo? O que, de fato, é importante
enfrentarmos agora que temos emprego, renda e inflação controlada? Os juros são
os grandes vilões para o desenvolvimento do país, muitos dirão.
Concordo, os juros – principalmente os que eu e você, leitor, pagamos – são
extremamente altos e sem dúvida podem ser um grande empecilho para o
desenvolvimento do país.
Assim, tomo a liberdade de convidá-lo para uma reflexão mais
profunda sobre o crescimento baseado na oferta de crédito.
O
consumo através do crédito é sustentável?
Você provavelmente ouviu falar da crise do crédito iniciada nos
EUA no final de 2008. Se aqui no Brasil temos taxas extremamente altas de
juros, nos EUA as taxas eram convidativas e tomar todo tipo de empréstimo para
o consumo se tornou uma atividade trivial para muitas famílias.
O
subprime foi um desses tipos de financiamento que faziam sucesso. Se você não
se lembra do termo subprime, recorde no artigo “Subprime,arecessãodosEUAeoseubolso” publicado
por aqui algum tempo atrás e que aborda todos os pontos da crise que persiste
até hoje.
Como
está o Brasil?
O brasileiro tem um perfil de endividamento muito interessante,
afinal nós usamos e abusamos das linhas de crédito mais caras – o que faz com
que tenhamos que pagar muito no curto prazo. E aqui se destacam dois grandes
problemas: a utilização equivocada do cartão de crédito; e a utilização do
cheque especial como parte da renda.
Eu sei, a facilidade da utilização dessas linhas de crédito torna
a utilização dessas ferramentas uma “ótima opção”. Ai é que entra o grande
perigo, pois os limites que ultrapassamos no cartão de crédito e no cheque
especial não podem ser utilizados como parâmetros de consumo. O problema é
clássico: o brasileiro costuma pecar, pois o limite se torna um convite para
gastar sem planejamento afinal ninguém gosta de esperar, certo?
O
desafio do consumo consciente
Meu
grande amigo André
Massaro, escritor, palestrante e sócio da MoneyFit escreveu em
um de seus artigos do blog “VocêeoDinheiro” a seguinte frase:
“Não importa o quão distante nosso objetivo esteja (ou pareça
estar) de nós, sempre há algo que podemos fazer agora, exatamente no momento
presente, para iniciar o processo de conquista do sucesso”.
Concordo com sua visão. Acredito que podemos mudar, agora, nosso
destino, fazendo coisas pequenas que muitos desprezam e não valorizam. Pensando
nas finanças, buscar o consumo consciente e sincero traria enormes benefícios
para todos e seria uma arma contra os juros altos e abusivos.
Muitos só utilizam os juros porque não se preparam para enfrentar
dificuldades nos períodos de bonança ou simplesmente porque acreditam que tudo
precisa vir de forma fácil (e rápida) na vida, sem conquista e sem luta. Ledo
engano, a facilidade torna o sonho um pesadelo caro e empurra a família em um
poço bem fundo (endividamento).
Já e a hora de começarmos a nos preocupar com essa nova
característica de nosso país. Se quisermos manter o crescimento, ele precisa
ser consistente e baseado no consumo sustentável e planejado, bem como em
mudanças estruturais que já são latentes há muito tempo.
Saber
esperar e lidar com o “não”
Você
não precisa comprar porque o preço está baixo, em promoção ou por que o IPI
baixou. Você é quem conhece as suas necessidades e fará o que for necessário
para o sucesso de sua vida. Não para sustentar essa tese “sou iludido e dirigido pelo o que
os outros falam”. O que é certo é o que você pode ter, afinal a
conta vai ser sempre sua.
Estipule limites, defina metas e tenha coragem de dar o primeiro
passo em direção à mudança de atitude. Sair da zona de conforto é o que
transforma uma vida de insucesso em uma vida de transformações. Fale mais vezes
“Não”, inclusive e principalmente para você – esse será um ótimo exercício de
paciência e disciplina. Aos poucos você perceberá que o não de hoje se tornará
uma nova oportunidade amanhã, basta saber esperar.
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