Eu também já errei e até por isso tirei todo proveito para
aprimorar meus conhecimentos em relação ao dinheiro. Percebi que, também comigo,
haviam desvios de comportamento que prejudicavam avanços mais significativos.
Aprendi e continuo aprendendo. E não existe outra palavra mais apropriada para
definir o que representa a educação financeira: aprendizado. Um aprendizado tão
intenso e constante que se renova a cada artigo e contato com os amigos
leitores.
As
dificuldades que criamos pra vida
Sempre percebi que boa parte das pessoas que passam por alguma
dificuldade financeira – infelizmente, tenho muitos exemplos – atravessa duas
situações que as levaram para o limite entre o desespero e a falta de esperança
em viver dias melhores: compensação injustificada e descontrole (falta de
limites).
A
compensação
A primeira situação trágica é a forma como a pessoa utiliza o
dinheiro como instrumento de conforto e massagem do ego. Explico: os gastos se
tornam prêmios individuais que representam a oportunidade de esquecer as
frustrações na vida, no trabalho e nos relacionamentos amorosos ou familiares.
Funciona como uma terapia, mas está muito mais para compulsão. E traz
consequências.
Fica claro que existe um descontrole latente em pessoas assim, mas
o descontrole não é somente financeiro; é também comportamental e a ajuda
necessária passa também por questões psicológicas, além do apoio prático em
relação às finanças. A matemática será útil para lidar com o orçamento e a
mudança da estrutura do comportamento por ditar rumos melhores e mais
coerentes.
Engraçado
que, via de regra, as pessoas que se encontram nessa situação possuem situação
financeira relativamente estável. Tudo começa com bons salários, carreiras com
relativo sucesso, mas, de uma hora para outra, desmorona – esses indivíduos se
descontrolam e rapidamente afundam sua trajetória em dívidas perigosas. Sugiro
a leitura do artigo “Mudança
de comportamento financeiro: missão impossível?“, de
Bernadette Vilhena no Blog Dinheirama.
Descontrole:
o sinal de alerta
O outro ponto responsável pelo destempero e insucesso financeiro é
a falta de controle, a falta de limites. Hoje mesmo, conversando de forma
descontraída com um amigo, ouvi uma confissão: “Não sei os meus limites e
durante o mês simplesmente vou gastando. Não estipulo metas”.
Pronto. Na hora percebi o estrago. O amigo em questão teve uma
mudança de vida radical nos últimos tempos e hoje já está em uma situação
promissora. De devedor passou a poupador, mas por não ter controles, metas e
objetivos para os gastos no orçamento deixa “a torneira aberta” e o seu
potencial para acumular patrimônio fica cada vez menor.
Atitude
na hora de virar o jogo
Minha sugestão para quem passa pelas duas situações é bem direta:
aceite que precisa de ajuda. Muitos nem perceberam ainda que se encontram em
situação delicada, alimentando a sensação de que “a qualquer hora será possível
dar um jeito nisso”. Seja sincero consigo mesmo e reflita sobre os motivos
pelos quais você não consegue viver sem o limite do cheque especial ou da ajuda
do cartão crédito para manter o pagamento das despesas do lar em dia.
Pare de culpar os outros e aceite que você é o primeiro e grande
responsável pelo seu insucesso. Aprender a viver dentro do limite de seu padrão
de vida (que sua renda propicia) é o “pulo do gato” em relação às finanças.
Esqueça o vizinho, o amigo mais rico ou aquele parente que você tanto faz
questão de impressionar. Experimente e perceba as vantagens de comprar de forma
planejada e trabalhar seu patrimônio com paciência, vendo-o crescer de forma
constante e sustentável.
Só
depende de você! Mesmo!
O que proponho é uma mudança. Faça algo diferente e avalie as
sensações e consequências da nova atitude. Perceba como sua autoestima irá
melhorar e a despesa deixará de ser apenas um prêmio. Seus sonhos são os
verdadeiros objetivos que devem estar ao lado de seu padrão de vida.
Estabeleça-os antes de tudo.
Uma última dica: desenvolva o hábito de inserir controles em sua
vida. Não tenha medo de parecer chato e relacione seus gastos, defina limites
para seu orçamento doméstico e seja curioso no sentido de encontrar boas
oportunidades de investimento. Lembre-se que além de consumir, você também pode
construir. Com pouco tempo, tudo isso se tornará natural para você e sua
família. Boa sorte e até a próxima.
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