Quando
o governo do Presidente FHC implantou a Bolsa Escola em 2001, a idéia era por
em prática um programa educacional que garantisse uma assistência financeira as
famílias de jovens e crianças de baixa renda como estímulo para que elas frequentassem
a escola regularmente.
O
programa Bolsa Escola chegou a beneficiar 5 milhões de famílias em todo o
Brasil, sendo remodelado e incorporado em 2003 à Bolsa Família, adaptado pelo
Presidente Lula.
O
Programa Bolsa família é o programa de transferência de renda em funcionamento
hoje no Brasil, implantado com o objetivo de integrar e unificar todos os
programas de auxilio e transferência de renda criados no Governo FHC (Bolsa
Escola, Auxílio Gás e o Cartão Alimentação) com o programa do Governo Lula, o
Fome Zero.
A
proposta da Bolsa Família é fornecer uma ajuda financeira as famílias pobres,
desde que elas mantenham seus filhos na escola. O programa visa reduzir a
pobreza, propiciando o mínimo necessário de condição de vida para essas
famílias.
Em
minha opinião, o maior ganho foi a permanência dos filhos na escola, que levará
a um nível de instrução melhor do
que o dos seus pais, isso muda por completo a perspectiva de futuro dessas
crianças.
Se ele
representa uma solução parcial para os filhos, por outro lado ele não resolve o
problema dos pais, correndo o risco de gerar acomodação para esses.
Em
2003 foram beneficiadas algo em torno de 5 milhões de famílias, hoje já são
mais de 11 milhões, sendo reajustado regulamente, chegando hoje a um valor
mensal máximo de R$ 182,00.
Se
existem vantagens visíveis para um programa de assistencialismo desta natureza,
como a redução imediata da fome, o grande risco é criar, ao longo do tempo uma
população viciada em auxílios, sem o mínimo de interesse em procurar um bom
emprego e crescer profissionalmente, basta ter filhos que o mínimo estará
sempre garantido.
O
assistencialismo permanente gera acomodação e por si só não traz nenhum
estímulo a busca da melhoria do padrão de vida dos pais contemplados.
O que
pode ser feito para mudar esse quadro?
Se já
temos uma rede de proteção nacional com caráter assistencialista, por que não
criar uma rede de qualificação nacional e vincular o recebimento daquele
benefício à freqüência também dos pais?
A
bolsa família deveria ser temporária, mesmo que a família continuasse
enquadrada, com os filhos na escola, os pais teriam que cumprir metas de qualificação
profissional, a cada seis meses, para revalidar o benefício.
Essas
qualificações seriam de curta duração e poderiam acontecer nos finais de
semana, ministradas nas próprias escolas dos filhos gerando integração dos pais
com os alunos, num ambiente compartilhado e em busca de um objetivo comum:
conquistar melhores condições de vida.
Se
assim fosse teríamos uma melhoria na qualificação da mão de obra, aumentando as
chances dos pais conseguirem um bom emprego.
Neste
programa de qualificação, um estágio seguinte seria preparar essas famílias
para o exercício do empreendedorismo, por mais longínqua que seja a cidade que
eles morem sempre terá uma atividade que poderá ser exercida, seja artesanato,
marcenaria, produtos naturais, doces, artefatos de madeira, reciclagem,
confecções em geral, dentre outras atividades, a lista não tem fim.
Tenho
acompanhado experiências de sucesso e posso afirmar que, temos dezenas de
modelos de empreendedorismo em grupo já testadas que poderiam ser copiadas a
custo zero.
O empreendedorismo
é uma via certeira, principalmente quando for monitorado via Sebrae,
Associações Comerciais ou mesmo ONG sérias.
Às
vezes me pergunto se isso realmente interessa.
Caminhar
rumo a uma solução definitiva e permitir as pessoas a liberdade de decidir seu
próprio destino.
Creio
que tal alternativa incomoda muita gente que vê nessas pobres famílias
eleitorado cativo e na alienação total delas uma liberdade para transgredir
livremente.
Essa
rede de qualificação nacional teria como objetivo resgatar a dignidade desses
pais e construir a transição de um modelo assistencialista para um modelo que
tenha como objetivo principal permitir para essas famílias a melhoria no padrão
de vida, o quanto antes melhor, para que eles possam decidir o seu destino ao invés
de ficar como um filhote de passarinho, totalmente dependente, de boca aberta
no ninho, a espera do alimento que virá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário