Sempre
acreditei que toda empresa deveria ter um modelo de gestão definido, declarado,
e implantado, se possível registrado em cartório e listado no contrato social,
para que todos soubessem quais são os ventos que norteiam tal organização.
Diversas
empresas nascem e morrem ser ter conhecido de forma clara qual foi o modelo de
gestão adotado na sua condução.
Isso é
grave, pois, ao ser fechada a
empresa leva consigo os empregos que ela gerava, deixando trabalhadores
desempregados e também representa destruição de valor, sejam recursos
financeiros, intelectuais ou tempo dos sócios que investiram no negócio.
Como
não existe cemitério para empresas mortas, sequer conseguimos preservar a sua
memória, para que sirva de consulta para futuros empreendedores, com o objetivo
de que aprendam com os erros dos outros e iniciem seus negócios um pouco mais
conscientes do que não deve ser feito e o que pode ser melhorado.
No
mundo empresarial todos preferem cremar e ocultar seus erros.
Se no
planejamento estratégico tradicional construímos visão, missão e valores,
seguidos da definição de metas e plano de ação eu acrescentaria aí um
detalhamento explicito do modelo de gestão a ser adotado, definindo as regras
claras e criando um ritual a ser seguido para que aquilo que foi definido seja
seguido à risca pelos gestores.
É como
se fosse um dogma, um mantra, uma identidade que diferenciará a empresa dos
seus concorrentes, deverá servir para explicar e entender os erros e os acertos
na condução do negócio.
A
ausência de um modelo de gestão claro cria um vácuo na empresa, onde habitam todos
os tipos de criaturas indesejáveis, desde os acomodados até aqueles que jogam
contra o sucesso do negócio.
As
decisões corporativas são opção entre o sim e o não, entre o fazer agora ou
esperar um pouco mais e num extremo até crescer ou ficar parado no tempo.
Toda
decisão corporativa deve estar alinhada com os objetivos traçados para a
empresa e deles só podem se afastar se a causa for relevante, a ponto de tornar
necessário, se for o caso, a revisão e a adequação dos objetivos traçados.
De
nada adianta ter um planejamento estratégico e um plano de ação se não estiver
muito claro para toda a equipe como as metas serão cumpridas e como será medido
e reconhecido o desempenho individual e do grupo pelas conquistas.
O
modelo de gestão tem o papel de integrar o conjunto de informações geradas no
ambiente interno e externo da empresa, unificar tudo isso e transformar num
mapa através do qual a empresa se norteará para chegar aos seus objetivos.
Quanto
maior for a qualidade da integração das informações, mais assertiva a
disseminação dos “por quês” se adotar tal modelo de gestão, maiores serão os
acertos na condução do negócio.
Ocorre
que o modelo de gestão é uma ferramenta e ele é executado a partir de
premissas, diretrizes, objetivo e metas e se este conjunto de informações
estiver dissociado é como usar um mapa com excelente qualidade gráfica, só que
indicando o local errado a ser alcançado.
Toda
empresa pode e deve ter um modelo de gestão implantado, por mais simples que
seja, ele deve existir, seja um orientador como um moderno GPS ou mesmo uma
milenar bússola, é melhor do que se guiar pelas estrelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário