Se
fosse eleger o fato que mais marcou 2010, eu escolheria a
consolidação da ascenção das classes sociais no Brasil.
Desde
2007 assistimos as classes D e E migrarem fortemente em
direção a classe C provocando um intenso movimento de consumo
que estimulou toda a nossa cadeia produtiva. (escrevi vários artigos sobre esse
tema no blog)
Dentre
os pilares de sustenção que permitiram que o Brasil enfrentasse a grave
crise crise economico-financeira mudial iniciada em 2008, o consumo
interno foi um dos principais destaques.
Em
matéria divulgada hoje pelo jornal Valor Econômico, sobre a transferência
de renda durante o periodo do governo que se encerra, comparado com o ano de
2002, tivemos um crescimento de 6,8% do PIB para 9% do PIB este ano.
Isso
significa que em 2010 foram destinados a essas famílias 75 bilhões a mais do
que em 2002.
Um
comparativo interessante é que esse valor se equivale a todo o aumento da carga
tributária registrada durante o atual governo.
As
tranferências de renda englobam gastos como bolsa-família,
seguro-desemprego, benfícios previdênciarios, dentre outros.
Sem
discutir o mérito da transferência de renda, e observando os efeitos
práticos da ação, temos que reconhecer que essa informação associada com
a divulgada na semana passada sobre a redução recorde dos índices de probreza
no Brasil são pontos positivos e dignos de parabéns ao governo atual.
O que
precisamos agora é permitir, de fato a transição do assistencialismo para o
empreendedorismo de base, seja via cooperativas, seja por um incentivo maior ao
Micro Empreendedor Individual, para que as próximas eleições para presidente
sejam decidas pelos voto consciente dos que empreendem e não dos que passavam
fome.
Bom, visto desse ângulo parece bonito essa transferência. Mas isso deveria ser uma política pontual e não uma politica que já dura mais de uma década. O assistencialismo precisa ser financiado e custa caro tanta subvenção e aí está o porque empreender neste país é tão difícil. Simplesmente não se pode desonerar fiscalmente o país sem se perder a fonte de recursos para a política de assistencialismo do governo. O assistencialismo gera votos, o empreendorismo não.
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