Quando
o capital encontra a oportunidade está desenhado o casamento perfeito e nada
mais poderia atrapalhar o surgimento de um novo negócio.
Que
bom se assim fosse, mas as grandes idéias muitas vezes estão no estado bruto e
até chegarem ao ponto de se transformarem num negócio de verdade passam por um
longo período de lapidação.
A
lapidação nada mais é do que um
processo de refinamento da ideia para que ela apresente seu verdadeiro brilho
a ponto de encantar e despertar o real interesse dos detentores do capital em
apoiar esse novo negócio.
O que
observo no dia a dia é que o empreendedor que tem a capacidade de criar novas
propostas de negócios e identificar oportunidades não tem a mesma habilidade
para traduzir essas idéias de forma que elas convençam.
Geralmente
o criador costuma estar a “mil por hora” nas suas idéias e isso dificulta que
ele se concentre numa única proposta. É como o pintor de quadros habilidoso que
tem toda a sua energia voltada para a arte, ele não consegue identificar o real
valor de suas pinturas, sua vida é transpirar a criação de novos temas e seu
dom é artístico. Quando ele encontra um bom marchand sua arte se transforma num
negócio lucrativo.
Conheço
empreendedores que são uma usina de idéias, só que com a torneira do tanque
aberta, não conseguem represar nada, criam, jogam no ar, a ideia se perde e
partem para outras viagens, assim vivem sem nada concretizar…
A
habilidade para identificar uma oportunidade está mais relacionada a percepção
aguçada e sensibilidade a flor da pele, já o detalhamento de uma proposta e sua
tradução em números é uma habilidade essencialmente técnica, pede senso crítico
apurado e capacidade de fechar o foco.
Raros
são os caso onde a sensibilidade extrema para identificar oportunidades habita
no mesmo corpo humano que também sabe fazer um detalhamento técnico de
qualidade.
Já uma
habilidade fundamental a todos nesse processo de criação de um novo negócio,
seja em vôo solo ou com parcerias é a capacidade de relacionar e saber ouvir,
sem elas não se vai a lugar algum.
Cresci
escutando o dito popular: “ Deus não da asas para cobra” e isso apesar de
simples e banal é uma grande verdade, imagine se o criador das idéias tivesse a
capacidade técnica de refinar essas idéias e torná-las aplicáveis e ainda por
cima detivesse capital de sobra para colocá-las em prática.
Acredito
cada dia mais que essa necessidade das pessoas dependerem uma das outras para a
criação de negócios vitoriosos é que torna tão fascinante e desafiadora a
prática do empreendedorismo.
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