quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Manutenção é importante para proteger casa durante chuvas

by EDUARDO CAVALCANTI
Com a chegada do verão, as comuns chuvas da estação preocupam grande parte dos moradores. A maioria dos problemas se deve à falta de infraestrutura das metrópoles – construídas para uma época com necessidades diferentes das nossas. Apesar disso, há muito o que os moradores podem fazer para se proteger. O gerente geral de condomínios da APSA, Geraldo Vitor, aponta alguns cuidados que os proprietários devem ter para evitar dores de cabeça.

“Além da manutenção de rotina para evitar infiltrações, checar mensalmente as calhas e outras tubulações são maneiras simples para facilitar o escoamento da água. Conferir se as telhas estão firmes também evita sustos e transtornos que podem acontecer durante uma tempestade”, ensina o gerente.
Alguns prédios antigos ainda possuem em suas bases as chamadas bocas-de-lobo, popularmente conhecidas como bueiros. Para elas, é preciso planejar a retirada de detritos, folhas e outros volumes com a ajuda de uma empresa ou equipamentos especializados – capazes de realizar facilmente a desobstrução de materiais sólidos. Isso evita possíveis prejuízos com o uso de materiais ou substâncias que podem prejudicar o fluxo da água.
No caso de prédios com garagens subterrâneas, é importante que o condomínio tenha uma bomba para extrair a água acumulada, além da implantação de soluções ou tecnologias para lidar com os alagamentos futuros. “Grande parte dos transtornos vindos das chuvas é causada por ralos ou bueiros entupidos”, diz. Caso haja elevadores, é importante proteger componentes elétricos e eletrônicos;
Fachadas - Outro detalhe a ser observado é a conservação das fachadas. A falta de cuidados com muros e cercas pode causar a queda de rebocos ou mesmo de toda a sua estrutura e, com isso, colocar em risco os transeuntes ou, até mesmo, os moradores e empregados. “As marquises têm de estar também com o escoamento livre para que não sejam afetadas”, lembra.
Comunicação – Monte Castelo

Algumas reflexões para os futuros engenheiros


É sabido que os cursos de engenharia são cursos em plena expansão no mercado brasileiro, dada a demanda em diversos setores como construção civil, biocombustíveis, petróleo, mineração, etc.
O Brasil é hoje a 6ª maior economia do mundo. Possui a Petrobras, uma empresa que está entre as primeiras no quesito energia a nível mundial, isso sem falar nas muitas outras empresas de renome internacional. Descobrimos recentemente a camada de pré-sal, com boas possibilidades exploratórias e de geração de divisas. Estamos entre os maiores produtores de etanol e outros biocombustíveis, cujo consumo tem crescido cada vez mais haja vista as necessidades energéticas dos países a médio e longo prazo.
Esse ritmo de crescimento econômico do Brasil (e também de outros países emergentes) é impulsionado grandemente pela ação das grandes empresas que exercem atividades estratégicas (indústrias de base, mineração, usinas de energia). E essas empresas são as maiores captadoras de engenheiros dos mais variados ramos.
Hoje, levando em consideração a competitividade do mercado, a maioria dos chefes de áreas nesses tipos de empresas são engenheiros formados. Isso sem falar que, mesmo nas gerências e direções, muitos engenheiros e engenheiros-com-MBA ladeiam administradores e economistas. Isso significa que, cada vez mais, eles migram do nível de trabalhadores do conhecimento para o nível estratégico.
Os tipos de engenharia
A engenharia, em geral, é, sem dúvida, o curso com maior campo de atuação que existe. Outrora falávamos quase que somente em engenharia civil, mecânica, elétrica, química e de minas (são as engenharias mais antigas e mais gerais). Hoje, muitas especializações dessas engenharias se individualizaram em uma graduação distinta, como a engenharia de alimentos, de energia, de materiais, etc.
Particularmente, eu prefiro os cursos mais gerais, especialmente aqueles com um embasamento maior de cálculo e ciências físicas. É claro que gosto é uma coisa subjetiva, mas eu acho mais conveniente fazer um curso mais geral, conhecer as colunas principais da engenharia, e então depois pensar em se especializar em algo.
Se formos comparar a grade dos cursos mais gerais com os cursos mais específicos, veremos que os cursos mais específicos têm muitas matérias multidisciplinares (são como pacotes de conteúdos resumidos em uma matéria, para dar espaço a outras matérias específicas). E isso é muito bom, apesar de que a multidisciplinaridade, quando não é bem feita, acaba sendo superficial (como aprender um pouco sobre cada área e não poder ter, totalmente, a fundamentação teórica e a prática necessária para entender bem cada área).
A problemática da Engenharia de Produção
Há ainda cursos que são assim por natureza, sem que isso necessariamente seja algo ruim. É o caso da engenharia de produção (ou engenharia industrial). O curso pode ser colocado no rol das engenharias mais gerais, no entanto,  também tem muitas disciplinas da administração. O engenheiro de produção é um profissional muito visado, apesar de não poder realizar e assinar projetos. O engenheiro de produção, por definição, otimiza processos, coordena equipes de trabalho, desenvolve melhorias partindo da relação custo x benefício dentro dos processos. A ressalva é que ele não um engenheiro do tipo projetista. Já foi até apontado como um “administrador melhorado”, por ser similar a um administrador que, por acréscimo, entende das propriedades da matéria e de processos industriais.
Assim, é provável que um engenheiro mecânico, por exemplo, possa substituir o de produção com seu forte conhecimento técnico junto a algum conhecimento de administração. Já o engenheiro de produção não substitui tão facilmente um engenheiro mecânico. Isso sem falar que, se formos fazer uma varredura nos sites de divulgação de vagas no mercado, é possível que achemos mais carência de engenheiros mecânicos, elétricos, etc. do que de engenheiros de produção.
Só pra deixar claro, vamos fazer uma simulação. Você é um empresário. Precisa contratar alguém pra gerir uma oficina ou uma montadora. Em quem você pensa primeiro? No engenheiro mecânico, é claro! E se for uma fábrica de papel? Bem, pelo menos eu pensaria primeiro em um engenheiro químico.
Entretanto, esse cenário tem mudado à medida que o engenheiro de produção passa a ser cada vez mais reconhecido pelo mercado. O curso de engenharia de produção deve ser sim levado em conta por quem quer fazer engenharia e ter uma formação mais generalística. Porém, como qualquer graduação, ele tem inconvenientes, e eu posso dizer, partindo do que estudei sobre administração de empresas, que o administrador mesmo é “alguém que sabe muito porque sabe pouco sobre muita coisa”, como se costuma brincar.
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Visões preconceituosas não se justificam, ao passo que cada graduando pensa em defender o próprio curso. Entretanto, à medida que cada um conhece bem o próprio curso e tem uma ligeira noção dos outros cursos, fica mais fácil reconhecer as próprias prioridades e decidir que tipo de formação deseja ter.


Estruturas dos prédios de São Paulo terão de ser avaliadas a cada cinco anos

Após alguns acidentes recentes com Edificações, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, solicitou à Câmara Municipal de São Paulo que derrubasse o veto de um projeto de lei, o qual exige a realização de laudos estruturais em edifícios de São Paulo a cada 5 (cinco) anos. O mesmo teria vetado o projeto em 2006, e na época alegou questões técnicas.

Segundo a própria Câmara, o projeto original do vereador Domingos Dissei (PSD) determina que todos os prédios que tenham mais de três andares ou então locais os quais recebam mais de 300 pessoas terão um ano para realizar o primeiro laudo, o qual deverá ser renovado após cinco anos da emissão do Habite-se. Segundo o vereador, na época do veto, ocorreu um entendimento do prefeito de que a lei tiraria todo o poder de fiscalização de agentes públicos, o que foi negado por Dissei, alegando que a contratação de engenheiros para fazer os laudos estruturais não elimina a fiscalização do município.
Para que ocorra mudança na decisão, o projeto irá para votação na Câmara, a qual deverá ter 28 votos a favor (55 vereadores no total). O vereadora ainda afirma que irá conversar com a Presidência da Câmara para que seja incluída a análise na pauta de votações. O prefeito irá publicar um decreto regulamentando a medida no prazo de 30 dias após a derrubada do veto.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Custo da construção civil aumentou 8,01% nos últimos 12 meses

O Índice Nacional do Custo da Construção – Disponibilidade Interna (INCC-DI) cresceu 0,89% no mês de janeiro, puxando para cima o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que cresceu 0,30% no período entre 1º e 31 de janeiro. O detalhe fica para o crescimento de 8,01% no custo do setor nos últimos 12 meses. O custo foi medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

No mês, os três grupos componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: materiais e equipamentos, de 0,16% para 0,24%, serviços, de 0,40% para 1,20% e mão de obra, de 0,01% para 1,34%.
Nos últimos 12 meses, o que mais cresceu foi o índice relativo à mão de obra, com alta de 11,78%. Materiais, equipamentos e serviços registraram alta de 4,42% em seus preços.
O item que apresentou mais aceleração foi o de taxas de serviços e licenciamentos, que subiu 5,01% no mês de janeiro, seguido pelo preço dos salários de engenheiros, que cresceu 2,01%. Os condutores elétricos apresentaram queda de 1,70%, sendo o item que mais caiu.

O engenheiro de alto nível

by RAFAEL TADEU DE MATOS RIBEIRO
Ano passado, durante um seminário na universidade, um professor nos apresentou o que ele considerava ser um engenheiro de alto nível. Achei interessante a definição dele, de modo que decidi compartilhá-la, com alguns itens meus em acréscimo.

Um engenheiro de alto nível é o produto do esforço de um estudante de engenharia que tem interesse tanto em pesquisa quanto em mercado de trabalho. Nesse sentido, é alguém com uma sede imensa de conhecimento, aliada à busca pelas melhores oportunidades. Para alguém assim, não há falta de emprego.
Costuma-se visualizar as opções de carreira do seguinte modo: ou o cidadão se forma e já vai para o mercado de trabalho, prestando concurso para uma multinacional, por exemplo, para então construir uma carreira na empresa, ou opta por estudar mais e mais e seguir carreira acadêmica. Pesquisas já haviam mostrado que quem sai da graduação diretamente para o  mercado de trabalho tem mais empregabilidade nas indústrias, por uma questão de estilo profissional.
Entretanto, com a crescente concorrência dos processos seletivos juntamente com a associação cada vez mais frequente de competitividade com inovação, as empresas têm preferido engenheiros cada vez mais bem formados, com formação ampla e noção vasta de vários campos. Nos EUA é comum as empresas contratarem pesquisadores para trabalhar com R&D (Research and Development – Pesquisa e Desenvolvimento) e esse cenário tem sido cada vez mais uma tendência mundialmente, fomentando cada vez mais a qualidade dos produtos e o apreço às marcas, e, é claro, valorizando as melhores mentes por trás dos grandes projetos de engenharia.
Um engenheiro de alto nível começa a ser formado nos primeiros anos da graduação (ou mesmo antes). É alguém que tem o perfil de engenheiro, mas procura se aprofundar nas áreas que mais lhe interessa. Não raro, podemos ver esse estudante de engenharia discutindo economia, política, filosofia, física quântica ou neurociência, porque é alguém que está em sintonia com as principais inovações nas ciências em geral. Procura aprender novas línguas, ou a tocar um novo instrumento musical. É uma pessoa que entra em qualquer círculo de conversação, dada a sua versatilidade (e a capacidade de trabalhar em rede – o que os administradores chamam de networking). É alguém sobre quem não podemos ter certeza de que obterá o sucesso naquilo que deseja, mas ao menos podemos dizer, com todas as letras, que tem comprometimento para tal.
É esse perfil de engenheiro que, atualmente, fatura centenas de milhares de dólares por ano em cargos de chefia estratégica nos Estados Unidos. É esse tipo de engenheiro que encabeça as mais produtivas linhas de produção mundo afora. E é esse tipo de engenheiro que as universidades brasileiras precisam se preocupar em formar, tendo em vista as nossas já iminentes necessidades energéticas, agroambientais, tecnológicas, socioeconômicas, etc.
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Desejo veementemente àqueles estudantes de engenharia que, ao terem lido esse texto, sentiram uma pontada de esperança nascer no peito, que busquem se tornar engenheiros de alto nível, para assim, serem autores de grandes mudanças e novos paradigmas para a engenharia.

Tinta inteligente capaz de detectar microfissuras

by EDUARDO CAVALCANTI
Em tempos em que prédios desabam em cidades brasileiras, vem de Glasgow, na Escócia, uma ideia futurista que pode ajudar a evitar esse tipo de tragédia – tintas inteligentes capazes de detectar microfissuras.

Mohamed Saafi, pesquisador do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Strathclyde, apresentou, nesta semana, uma tinta que trabalha com nanotubos de carbono, que, durante a sua aplicação, funcionam como microsensores.
O projeto de pesquisa teve início em 2004, mas somente agora, em 2012, um protótipo saiu do papel.
Ao menor sinal de modificação na estrutura da parede, a tinta é capaz de se integrar a uma rede sem fio (internet) e enviar um alerta.
O interessante é que Saafi une em um único projeto três tecnologias que, cada vez mais, afetam o nosso dia a dia – nanotecnologia, tecnologia de sensores e redes sem fio.
Lembra do Twine, o “arduíno for dummies”? Ou o iPhone, que é fruto da união dessas 3 tecnologias em um único produto?
Por estar conectada a uma rede, o pesquisador chama a tinta de “inteligente”. Mas é sobre “internet das coisas“. Dá na mesma.
E é aí que está algo maior no projeto de Saafi – indicar que o futuro da internet não estará nos tablets e no celular. Na realidade, se fará presente em qualquer dispositivo. A internet nasceu para serdevice agnostic – poder estar integrada até a uma tinta na parede. É isso que a torna tão revolucionária.

Trabalho com o cimento – Segurança no trabalho

by EDUARDO CAVALCANTI

O cimento é classificado como uma poeira inerte. Porém, nem sempre isso é verdadeiro para alguns tipos com alcalinidade aumentada (pH acima de 10), capaz de causar desidratação da pele dado o caráter hidrofílico de seus compostos alcalino-terrosos.
As propriedades higroscópicas do cimento e a presença de compostos complexos de metais, são os responsáveis pelas manifestações de sensibilidade sobre a pele de alguns trabalhadores – reações de caráter imunológico e não como um irritante primário como alguns querem fazer crer. Também pode haver um mecanismo físico de micro traumas atribuído ao atrito do material particulado que é próprio do cimento.
A ação do cimento é resultante da alcalinidade de silicatos, aluminatos e sílico- aluminatos que o constitui. Essa alcalinidade que não chega a ser agressiva é que propicia sinergicamente, as condições para instalação de um processo de sensibilidade ou seja uma condição alérgica.
É bom frisar que esta alcalinidade não é devida aos alcalis cáusticos, propiciadores de insalubridade e representado pelos hidróxidos de cálcio e potássio que não estão presentes no cimento. Os alcalino-terrosos, esses sim presentes no cimento e dos quais decorre sua alcalinidade média ou fraca, em função de seu grau de ionização, não estão contemplados como insalubres nas normas legais (NR-15 anexo 13).
Quando o cimento com pouco teor de umidade entra em contato com a pele de portadores de sensibilidade e não é logo removido, absorve umidade e após algum tempo torna a pele seca, enrijecida e espessa. Somente a habitualidade deste contato torna a pele frágil resultando em fissuras e rachaduras denominadas de “lesões indolentes”, nas quais podem ocorrer infeções secundárias.
contato do cimento com as unhas faz as mesmas ficarem mais secas e quebradiças, o que também ocorre com a maioria das substâncias químicas usuais no trabalho e no lar. Também pode provocar sensibilidade na conjuntiva ocular e pequenas manifestações na mucosa nasal e oral quando o trabalhador não recebe ou não quer usar proteção adequada. Entre trabalhadores com muita sudorese o cimento geralmente causa uma reação alérgica mais intensa, principalmente na parte mais exposta do corpo. Acontece mais no verão que no frio e é necessário distingui-la da chamada “sarna dos pedreiros” muito comum em acampamentos de obras e que pode estar associada a presença de ácaros comuns nessa época e nesses locais, por falta de manutenção sanitária por parte de empreiteiras.
O cimento úmido pode dar o mesmo tipo de manifestação.
Trabalhos mais antigos sempre fazem referência a possibilidade da dermatite ser devida a uma sensibilidade adquirida aos compostos de cromo, que faziam parte da liga das bolas de metal dos moinhos de trituração dos componentes do cimento. Estudos feitos em alguns países, mostraram que é improvável que a incidência de dermatoses seja devida ao conteúdo de cromo já que sua presença é irrisória. Pôr isso é aconselhável que em solicitações de insalubridade pela presença de cromo no cimento, seja solicitada sua dosagem. Em muitas das amostras que tenho mandado pesquisar não se comprovou a presença de cromo nos cimentos brasileiros em análise.
Além de fatores individuais constitucionais, próprios da pessoa, que concorrem para as manifestações alérgicas produzidas pelo cimento outros fatores coadjuvantes podem estar associados ou relacionados:
  • a) com o ambiente, p/ex.: frio, calor, umidade, insolação etc.
  • b)com o cimento, p/ex.: microtraumatismos, imunogenia, higroscópia etc.
  • c) com hábitos pessoais p/ex.: uso inadequado do EPI, higiene pessoal deficiente.
Usar roupa molhada ou colocar a boca da calça dentro do cano da bota.
As máquinas modernas enclausuradas e os atuais métodos de trabalho usados na construção civil, juntamente com sistemas de ventilação local exaustora, tem funcionado como barreira na prevenção de dermatoses.
Banhos obrigatórios após o trabalho e troca diária de roupa limpa para o trabalho, por conta da empresa, reduzem grandemente o número de casos de dermatoses. Aqueles trabalhadores eventualmente sujeitos a secura e fissuras da pele devem usar luvas e roupas adequadas até melhorarem. É aconselhável colocar lanolina na pele, antes de calçar luvas, após descalçar luvas e antes de deitar para dormir, também serve usar um creme hidratante.
Aqueles que desenvolvem sensibilidade devem ser afastados do trabalho e tratados imediatamente. Aqueles que se mostrarem resistentes devem ser recolocados em outro tipo de atividade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A ponte suspensa mais alta do mundo

by EDUARDO CAVALCANTI
A ponte suspensa mais alta do mundo localiza-se na China e denomina-se de ponte Aizhai. Este é mais um recorde mundial na engenharia civil e na construção conseguido pela China. A ponte Aizhai une dois túneis numa distância de 1.176 metros, a uma altura de 355 metros e localiza-se na província de Hunan. Com duas faixas de rodagem em cada sentido, a sua construção iniciou-se em Outubro de 2007 e prolongou-se até ao fim de 2011, ou seja, teve uma duração de cerca de 4 anos e 2 meses. A inauguração da ponte Aizhai foi no passado dia 31 de Março, apesar de esta já ter estado aberta ao tráfego pedonal durante o Spring Festival de 2012.
De seguida apresentamos uma série de imagens desta ponte espantosa, a ponte suspensa mais alta do mundo, que inclui imagens da sua construção, assim como pormenores das ancoragens. Se é engenheiro civil, ou um curioso da engenharia civil, não deixe de observar esta série de imagens da Ponte Aizhai.










Modelo de casa Emergencial para famílias em situação de pobreza é apresentada durante a 20ª FEICON Batimat

by EDUARDO CAVALCANTI
Durante a cobertura da FEICON vimos algo que nos chamou muita atenção, uma casa de madeira em meio à diversos stands modernos e luxuosos. Resolvemos então entrar, e saber sobre o que se tratava. Acabei por descobrir se tratar da organização Um Teto para meu País.Lá, era apresentada uma casa emergencial de 18 metros quadrados construída com painéis pré-fabricados de madeira, com certeza umitem especial da exposição. Voltada para a melhoria da qualidade de vida de famílias em situação de pobreza, a casa-modelo foi montada por voluntários da organização sem fins lucrativos Um Teto para meu País. A parceria entre a organização e a Reed Exhibitions Alcantara Machado, promotora da Feicon Batimat, objetiva dar visibilidade ao projeto junto aos 130 mil compradores esperados para esta edição da feira, voltada a construtores, incorporadores, arquitetos, engenheiros e demais profissionais do setor. Universitários paulistas formam o corpo de voluntariado e estarão presentes para explicar esse trabalho de responsabilidade social na busca por novas parcerias. Desde 2006, eles já construíram 1.000 moradias do tipo em 14 municípios do estado de São Paulo, entre os quais Guarulhos, Osasco, Suzano, Santo André e Carapicuíba, além da capital, beneficiando 38 comunidades precárias. A instituição desenvolve as atividades com apoio de empresas e por um plano de sócios, que permite doações de pessoas físicas.

Um Teto para meu País (UTPMP) é uma organização latino-americana sem fins lucrativos liderada por jovens. Todos os dias, milhares de voluntários universitários e jovens profissionais de todo o continente trabalham junto às famílias de assentamentos irregulares e favelas para melhorar sua qualidade de vida a partir da construção de casas de emergência e programas de habilitação social.
Conheça mais sobre o projeto no site www.umtetoparameupais.org.br

Engenheiros criam laboratório para testar prédios e casas

by EDUARDO CAVALCANTI


Prédios de apartamentos ou escritórios, assim como casas residenciais, são caros e feitos para durar. 
Isso torna muito difícil fazer experimentos com eles, de forma a desenvolver novas técnicas de construção e novas formas de usabilidade.
Engenheiros do instituto EMPA, na Suíça, acreditam ter encontrado a solução.
Em seu projeto NEST (ninho), Peter Richner e seus colegas montaram uma bancada de testes para prédios onde apenas a estrutura de suporte é permanente.
Conceitos visionários:
Segundo os engenheiros, a indústria da construção civil é um setor muito conservador, sendo muito resistente a conceitos mais visionários, por temor de perda da funcionalidade a que os compradores de imóveis estão acostumados.
Com a nova plataforma de experimentação, os arquitetos poderão ir muito além dos ambientes decorados para demonstração.
O objetivo é montar espaços completos, que serão ocupados por voluntários, cientistas e corretores para avaliar a funcionalidade desses espaços no dia-a-dia.
Todos os cômodos da casa ou ambiente a ser testado, incluindo estruturas intra-paredes e até as fachadas, são intercambiáveis.
Com isto, podem ser montados módulos individuais para efetuar experimentos com diferentes conceitos espaciais, de casas residenciais a salas comerciais, de ambientes de circulação pública a quartos de hotéis ou hospitais.
Casas de encaixar:
A base da ideia é uma armação de concreto reforçado com aço, com cinco andares abertos, onde serão inseridos os módulos a serem testados.
Mesmo um sobrado inteiro pode ser simulado no “ninho”, assim como ambientes empresariais de múltiplos pisos.
A base de sustentação possui toda a infraestrutura necessária para todos os módulos, incluindo escadas, água, esgoto, energia, conexões à internet etc.
Os módulos deverão ser construídos com conectores padronizados para cada um desses serviços, o que permitirá que eles sejam simplesmente encaixados no berço de testes, podendo começar a ser testados no mesmo dia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nada é impossível para uma ponte chinesa


Aquela ali ao fundo é a ponte Aizhai, na província de Hunan, na China. Ela não é a ponte mais longa, nem a mais alta do mundo. O que faz dela uma obra tão incrível e fascinante é a combinação desses fatores: nenhuma ponte alta é tão longa quanto ela; nenhuma ponte longa é tão alta quanto ela.
Inaugurada há quinze dias, a ponte Aizhai levou apenas quatro anos para ser construída a 336 metros do chão, o que faz dela a sexta mais alta do mundo. Mas entre as 400 pontes mais altas do planeta nenhuma é tão longa quanto ela, que se estende por 1176 metros para ligar as cidades de Chongqing e Changsha. A obra custou 208 milhões de dólares e incluiu, além da ponte, a construção de 64 quilômetros de rodovias e 129 km de vias alimentadoras. Nossa opinião? Tá barato pra caramba.
Por ligar dois túneis opostos, os engenheiros usaram o topo das montanhas para construir as torres que sustentam os cabos. Essa característica também causa um efeito surpresa nos motoristas, que não veem as torres em momento algum da viagem, e saem dos túneis já cercados pelas dezenas de cabos de sustentação da ponte. Atrás de cada uma das torres de suspensão, um par de cabos enormes estabiliza as oscilações de toda a estrutura, para que não haja risco de danos a outros componentes da ponte.
Não surpreende que esta seja a quarta ponte a cruzar um vale construída nos últimos três anos no país – as outras três são a Si Du, a Balinghe e a Beipanjiang, todas inauguradas em 2009 e também listadas entre as mais altas do mundo. Os chineses dominam a manipulação do aço há mais de 2000 anos, e a infra-estrutura do país vem acompanhando de perto seu crescimento econômico (ao contrário do B do BRIC), algo visto também pelos arranha-céus chineses que modificaram profundamente o panorama das metrópoles nos últimos 20 anos.
Via: Jalopknik

Empresa projeta porto, estrada e estacionamento sobre o mar


As grandes metrópoles que se situam no litoral já tem uma nova opção para crescer sem arranha-céus. O escritório de arquitetura holandês Dutch Docklands tem projetos para estacionamentos, portos, estradas e até praias artificiais, que seriam construídos em plataformas flutuantes sobre a água. De acordo com informações da revista FastCompany, 89% das cidades com mais de 1 milhão de habitantes está no litoral e sofrem com o crescimento da população.
As construções são feitas com espuma comprimida e concreto, presas com âncoras ao litoral – o que permite o deslocamento se for necessário. Segundo a companhia, as plataformas também absorvem todo o movimento da maré. O projeto de porto flutuante poderia receber os maiores transatlânticos. Além disso, as estradas ligariam as ilhas artificiais, ou então serviriam como uma via mais rápida para evitar os congestionamentos no centro da cidade.

Câmara Brasileira da Indústria da Construção lança seguro para garantia de entrega da obra


O Núcleo de Seguros da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desenvolveu um seguro que garanta a entrega da obra no prazo, beneficiando diretamente o consumidor final. O seguro será adquirido pelas próprias construtoras.
De acordo com Rossana Costa, coordenadora do Convênio Núcleo de Seguros da CBIC, a diferença entre o Seguro Garantia Imobiliário e o Seguro Garantia de Entrega da Obra, é que o primeiro existe como garantia financeira para o banco investidor, caso a obra não seja entregue. O seguro de entrega garante os direitos do consumidor final.
A princípio, a Essor Seguros será a responsável por emitir o novo seguro, mas está nos planos do núcleo incorporar outras companhias ao longo do tempo. O Seguro Garantia de Entrega da Obra deve começar a ser emitido em julho deste ano.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Túneis: site lista os 18 mais surpreendentes do mundo

by EDUARDO CAVALCANTI
Túneis grandiosos atravessam montanhas e aproximam as pessoas, permitem chegar aonde parecia impossível ou evitam ter de atravessar rios ou mesmo o mar. Possibilitam até invadir um país. Há túneis feios e túneis lindos, há túneis para carros, para trens, para pedestres – e até mesmo para trenzinhos em miniatura que levam cartas. Mas os túneis não são obra exclusiva de engenheiros: também existem alguns criados pela própria natureza. Conheça 18 túneis surpreendentes ao redor do mundo, selecionados pelo site da revista especializada Popular Mechanics.

Túnel de Laerdal, Noruega 
Inaugurado em 2000, o túnel de Laerdal é o maior túnel rodoviário do planeta, com 24,5 km de extensão, ligando as cidades de Laerdal e Aurland, no litoral sul da Noruega. Para evitar a monotonia dos motoristas durante os cerca de 20 minutos do trajeto (e o perigo de que eles caiam no sono), o túnel foi projetado com uma iluminação especial e dividido em várias partes, dando aos condutores a sensação de se atravessar diferentes túneis em vez de um só.

Eurotúnel, França e Inglaterra 
Também conhecido como “Túnel da Mancha”, o Eurotúnel revolucionou os transportes na Europa ao ligar Paris a Londres passando por baixo do Canal da Mancha, que separa França e Inglaterra. O túnel de 50 km, composto por três tubos (dois tubos ferroviários e um tubo rodoviário) começou a ser construído em 1987 e foi inaugurado em 6 de maio de 1994.

Túnel Zion-Mount Carmel, Estados Unidos 
A construção do túnel Zion-Mount Carmel começou no final da década de 1920, entre os parques nacionais de Mount Zion e de Brice Canyon, no estado americano de Utah, e terminou em 1930. Ao longo dos quase 2 km do túnel, perigoso por suas numerosas curvas, janelas foram talhadas na pedra, dando belas vistas panorâmicas.

Túnel de Contrabando, México 
A fronteira entre os Estados Unidos e o México tem mais de 3.100 km de extensão, e é frequentemente objetivo de pessoas que querem entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Uma das mais criativas maneiras que essas pessoas encontram é a construção de túneis. Um dos mais complexos deles foi descoberto em 2010, entre Tijuana, no México, e San Diego, na Califórnia, com 800 metros de extensão, sistemas de ventilação, eletricidade e até um elevador.

Túnel de Marmaray, Turquia 
O túnel de Maramaray começou a ser construído em 2004, com o projeto de ser o primeiro a ligar dois continentes. Atravessando o estreito do Bósforo por baixo d’ água, entre as partes asiática e europeia de Istambul, o túnel foi terminado em 2009, mas seu sistema ferroviário deverá ficar pronto entre 2013 e 2014.

Túnel do Tâmisa, Inglaterra 
Construído sob o famoso rio que cruza a capital inglesa, o túnel do Tâmisa foi um dos precursores no que diz respeito à engenharia de túneis. Com 396 metros de comprimento, foi inaugurado em 1843 e o primeiro a passar por baixo de um curso de água. É usado hoje pelo metrô de Londres, conectando os bairros de Rotherhithe e Limehouse.

Túnel de Seikan, Japão 
Concluído em 1988, o túnel ferroviário de Seikkan liga as ilhas japonesas de Honshu e Hokkaido, com uma extensão de 54 km. O túnel encontra-se 240 metros embaixo do mar e tem sofisticados sistemas de segurança para lutar contra as imprevisíveis condições geológicas e tectônicas da região.

Túnel de Yerba Buena, Estados Unidos 
A ilha de Yerba Buena é uma pequena parcela de terra entre as cidades de Oakland e São Francisco, na Califórnia. Yerba Buena é conectada com o continente por um túnel de 25 metros de diâmetro inaugurado em 1936, com dois níveis que permitem a passagem de cinco pistas de veículos.


Túneis de Infiltração, Coreia do Norte e Coreia do Sul 
Na faixa que protege o limite territorial entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, conhecida como Zona Desmilitarizada da Coreia, foram descobertos três túneis que partiam da Coreia do Norte, com o objetivo de facilitar uma invasão ao território de seus inimigos do sul. O terceiro dos túneis chegava a apenas 40 km da capital, Seul, e tinha capacidade para receber até uma divisão militar por hora.
Sistema de Túneis PATH, Canadá 
Os invernos canadenses costumam ser extremamente cruéis, com temperaturas que raramente passam dos 10 graus negativos em grandes cidades. Para que seus habitantes possam se locomover pela cidade sem encarar o frio extremo, a cidade de Toronto tem um sistema de túneis conhecido como PATH, com 25 km de extensão e mais de 1.200 estabelecimentos comerciais, por onde passam mais de 100 mil pessoas diariamente. Outras cidades, como Montreal, têm sistemas similares, mas o de Toronto é o maior do mundo.
Túnel Memorial Eisenhower-Johnson, Estados Unidos 
A cerca de uma hora da área oeste de Denver, no coração das Montanhas Rochosas, o túnel Memorial Eisenhower-Johnson foi inaugurado em 1973 e tem um comprimento de 2,5 km. O túnel chega a uma altura de 3 401 metros, o que o torna um dos mais altos do planeta.
Complexo de Cheyenne Mountain, Estados Unidos 
No condado de El Paso, no estado americano do Colorado, um complexo militar foi projetado no auge da Guerra Fria, para proteção contra ataques nucleares. Para atingir o complexo, os trabalhadores pegam um túnel de 600 metros, passando por imensas portas de 25 toneladas no caminho.
Mail Rail, Inglaterra 
Entre 1927 e 2003, os correios de Londres transportaram suas correspondências através de uma rede de túneis de mais de 37 km de extensão, usando pequenos trens sem motorista. O Mail Rail chegou a transportar até 4 milhões de cartas por dia, mas acabou sendo abandonado. Os túneis estão hoje sem acesso do público.
Aqualine da Baía de Tóquio, Japão 
O Aqualine da baía de Tóquio foi inaugurado em 1997, em uma mistura de túnel e ponte, por onde corre uma estrada que comunica as cidades de Kawasaki e Kisarazu, com comprimento total de 15 km. Na entrada do Aqualine, uma ilha artificial alberga uma área de descanso com lojas, restaurantes e um mirador com vista para a baía.
Túnel Natural, Estados Unidos 
Muito antes dos seres humanos começarem a construir túneis para unir dois pontos, a natureza já fazia esse trabalho. No estado americano de Virginia, um túnel natural deu origem a um parque nacional, o Natural Tunnel National Park. O túnel, que nasceu há vários milhões de anos, foi usado a partir de 1906 para a passagem de uma linha de trem, evitando muito trabalho a engenheiros e trabalhadores.
Túneis de Cu Chi, Vietnã 
Gigantesco labirinto de túneis que passa por baixo de Saigon, capital do Vietnã, os túneis de Cu Chi foram essenciais durante a guerra que enfrentou o país com os Estados Unidos. Eram usados pelos vietcongues para se locomover e se refugiar. Estima-se que os túneis possam ter uma extensão de até 240 km. Hoje são uma das principais atrações turísticas de Saigon.
Túnel de Base de São Gotardo, Suíça 
Ainda em trabalhos, o túnel de base de São Gotardo, nos Alpes suíços, deverá ser inaugurado em 2016, com linhas ferroviárias de transporte de cargas e passageiros em mais de 50 km de extensão. Ao facilitar a passagem dos Alpes, o túnel deve melhorar o comércio entre países como França, Suíça, Itália e Alemanha.
Túnel de Jiucyudong, Taiwan 
Também conhecido como “túnel das nove curvas”, Jiucydong passa dentro das montanhas do Parque Nacional de Taroko, no leste de Taiwan. Estreito, o túnel permite avistar paisagens magníficas, mas também assustadoras, através de grandes aberturas nas rochas à beira do abismo.
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Dubai ganhará hotel subaquático

by EDUARDO CAVALCANTI

Water Discus Hotel será construído parcialmente debaixo d´água. Ele terá dois discos. Um acima da água e o outro submerso, que ficará a 10 metros de profundidade. Os dois serão ligados por escadas e elevadores, os quais permitirão o acesso dos hóspedes aos ambientes.
O hotel terá 21 quartos, além de um saguão e um bar. Os quartos terão paredes transparentes, com uma iluminação especial. Assim, os hóspedes poderão enxergar até os menores seres aquáticos.
O hotel deverá custar 120 milhões de dólares. A empresa responsável pelo design do hotel é a Deep Ocean Technology (DOT). Ela afirma que todas as medidas de segurança serão feitas para que os hóspedes não corram nenhum risco.

O objetivo da DOT é que uma parte seja construída acima do nível do mar, com uma altura suficiente para que o hotel não corra riscos em caso de tsunamis e alagamentos. Por sua vez, a parte submersa terá com um mecanismo capaz de subir à superfície automaticamente nos momentos de perigo.
Com esse projeto, Dubai deve receber mais uma inovação. A DOT acredita que o hotel aquático também vá abrir um novo campo para a criação de ecossistemas subaquáticos.

Grupo brasileiro desenvolve novos materiais misturando cerâmica e plástico

by EDUARDO CAVALCANTI

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão desenvolvendo uma nova categoria de materiais poliméricos.
Entre outras façanhas, esses novos materiais poderão ajudar a baratear os polímeros biodegradáveis disponíveis atualmente no mercado, além de dar origem a diversas soluções nas áreas da medicina e meio ambiente.
Compostos por partículas de materiais cerâmicos e poliméricos (plásticos), com dimensões em escala nanométrica (1 nanômetro equivale a um milionésima de milímetro), dispersas em uma matriz polimérica, esses novos materiais apresentam melhores propriedades mecânicas, ópticas e de transporte do que os polímeros convencionais.
“A combinação de nanopartículas com a matriz polimérica confere melhores propriedades mecânicas, ópticas e de transporte ao plástico final. No caso, por exemplo, de produtos como sacolas plásticas, também possibilita diminuir a quantidade de polímero biodegradável e o custo do material final, melhorando suas propriedades mecânicas e de transporte e mantendo a capacidade de mais rápida degradação em comparação com os polímeros tradicionais”, disse Rosário Elida Suman Bretas, coordenadora do projeto.
Esses novos sistemas poliméricos nanoestruturados têm diversas aplicações na área de embalagens, uma vez que diversos polímeros comerciais possuem limitações para serem utilizados para esse fim, como não apresentarem a transparência necessária.
Ao misturá-los com outros polímeros em escala nanométrica que apresentam um comportamento mais adequado para serem utilizados como embalagem, é possível melhorar as propriedades e manter o sistema polimérico transparente.
“As propriedades mecânicas dos dois polímeros são modificadas quando eles são misturados. Às vezes um reforça ou melhora a estabilidade química do outro”, disse Elias Hage Júnior, um dos pesquisadores do projeto.
Suporte para crescimento de células
Outras possíveis aplicações dessas misturas de plásticos e cerâmica estão na medicina, para o desenvolvimento de nanofibras poliméricas que servem de suporte de crescimento e diferenciação de células-tronco.
Formadas por polímeros com diâmetro nanométrico, nos quais são incorporadas nanopartículas de compostos biocompatíveis com o corpo humano, como a hidroxiopatita (mineral que representa 70% da composição dos ossos), as nanofibras compõem um emaranhado que é muito parecido com a matriz extracelular, que sustenta as células humanas.

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Ao colocar células sobre esse emaranhado de nanofibras, elas se sentem “em casa” e se ancoram no material, conforme observaram os pesquisadores do grupo em trabalhos realizados em conjunto com cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Estrasburgo, na França.
“O plástico tem proporcionado saídas espetaculares em certas áreas como a medicina devido ao fato de a maior parte dos polímeros ser biocompatível com o corpo humano”, disse Bretas.
Sensores de pH
Na área ambiental, uma das possibilidades de aplicação dos sistemas poliméricos nanoestruturados está em sensores para medir o pH (acidez).
Os pesquisadores acabaram de desenvolver um tecido com essa finalidade, composto pela incorporação de polianilina (um polímero que muda de cor de acordo com a condutividade) na forma nanométrica disperso em outro polímero, a poliamida 6 (náilon).
“Estamos desenvolvendo esses produtos em escala de laboratório e ainda deverá levar um tempo para serem produzidos em escala industrial, principalmente porque são caros e é preciso incorporar um gasto de energia muito maior do que necessário para produzir os polímeros convencionais”, explicou a professora Rosário.
Desafios tecnológicos
Um dos desafios tecnológicos com que os pesquisadores se defrontam para realizar essas misturas de polímeros é compatibilizar suas características. Apesar de terem a mesma origem (são todos orgânicos), eles apresentam propriedades e características diferentes.
Outro grande desafio é dispersar e distribuir as partículas em escala nanométrica dentro da massa geralmente fundida da matriz de polímero que, em função de suas forças viscoelásticas, faz com que as nanopartículas se agreguem, formando aglomerados – enquanto o ideal é que as nanopartículas permaneçam longe uma das outras para, dessa forma, reforçarem as propriedades do plástico final.
“É como se tentasse pegar mel quente e distribuir dentro dele partículas que são invisíveis a olho nu”, comparou Rosário.
Para desenvolver esses novos materiais, os pesquisadores utilizam os mesmos equipamentos empregados para produção dos plásticos convencionais, como extrusoras. Entretanto, de acordo com Rosário, talvez será preciso, no futuro, utilizar outros processos.
Via: Inovação Tecnológica