Por:
Thiago carrapatoso
Fonte:
planetasustentável.abril.com.br/blog
A
situação da terra está cada vez mais na pauta de várias iniciativas. Conforme
as cidades crescem, questiona-se o deuso de áreas vacantes e supostamente
abandonadas, sejam terrenos ou prédios inteiros.
O
centro de São Paulo, por exemplo, é uma região com diversos edíficios que foram
abandonados por seus donos por não darem o esperado lucro aos seus
proprietários. São edificações vazias que não exercem a função social de
moradia (previsto no Estatuto da Cidade) e que devem milhões de reais em IPTU
para os cofres públicos. São esses lugares que os movimentos de moradia ocupam
para dar um teto às pessoas em situação de rua ou reaver o direito à cidade
pelos cidadãos com menor poder aquisitivo.
Diversas iniciativas questionam o
que fazer com essas áreas. Eu já comentei sobre o 596 Acres aqui, e agora
aparecem mais duas que possuem os mesmos interesses.
O [im]possible living (ou vida
[im]possível, em tradução livre) quer mapear os prédios vacantes no mundo e
incentivar a ocupação dessas edificações quando possível. A ideia é formar uma
rede e dar subsídios e orientações para as pessoas de como usar o prédio
abandonado. No Brasil, é direito se apropriar de uma casa ou apartamento que
estejam abandonados não cumprindo sua função social de moradia. São esses tipos
de dicas e informações que o projeto quer dar ao público.
Já o Wasteland Twinning (geminação de terrenos baldios) brinca
com o conceito de geminação de cidades para chamar a atenção para os terrenos
abandonados. Como diz sua página, “subvertendo o conceito de geminação de
cidades que equipara os bens culturais mais previsíveis e mudando o foco para
terrenos vazios, novas questões sobre valor e função emergem. Wasteland
Twinning quer desenvolver o entendimento sobre as potencialidades dessas áreas
por meio de modelos de prática transdisciplinares”. Um dos argumentos para a
importância dessas áreas é que elas são um respiro no meio do processo
urbanizatório das cidades, impermeabilizando o solo e sendo local para
biodiversidade. No fim, elas podem ser uma alternativa sustentável ao
desenvolvimento das cidades.
Áreas
abandonadas, agora, terão novas significações.
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