quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Norma de Desempenho aumenta responsabilidade do construtor em casos de patologias


Especialistas mostraram como diminuir danos e reduzir gastos com reparos durante seminário realizado em São Paulo pela Editora PINI

A NBR 15.575 passa a determinar não só os parâmetros de desempenho das edificações habitacionais de até cinco pavimentos como também a responsabilizar incorporadores e construtores com relação à ocorrência de patologias e erros na obra. Dessa forma, o cuidado ao projetar e construir deve ser mais rigoroso. Esse foi um dos assuntos mais comentados no seminário "Patologias na Construção - Como Prevenir, Detectar e Reduzir Gastos com Reparos", realizado pela Editora PINI no dia 8 de junho, em São Paulo.
Para Ercio Thomaz, pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e um dos palestrantes do evento (veja vídeo com entrevista), a Norma de Desempenho incentiva medidas preventivas na concepção e construção dos edifícios, o que diminui patologias. "A normativa passa a ser uma arma importante para os consumidores. Cabe ao incorporador identificar os riscos e oferecer produtos seguros para a população", comenta.  "O construtor só não será responsabilizado quando houver culpa exclusiva do comprador, nos casos de defeito como definido na seção II do Código do Consumidor", complementa o engenheiro Paulo Grandiski, consultor das Câmaras Técnicas do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). 
As patologias mais freqüentes, segundo os participantes do evento, são as infiltrações em lajes, telhados, caixas d'água e fachadas, vazamento de sistemas hidráulicos, fissuras em alvenarias, mau funcionamento de elevadores e ocorrência exagerada de fungos em pinturas.
O desplacamento de revestimentos argamassados e cerâmicos também é um problema típico das edificações. "Fachada é a etapa crítica da construção. Se a obra atrasa, os empreiteiros tendem a ganhar tempo nessa fase. Então, se não tiver um sistema comprovado, cria-se um problema no edifício", afirma o pesquisador do IPT Gilberto Cavani. 
Na opinião do engenheiro, os pontos essenciais para um revestimento cerâmico ser durável são os seguintes: ter emboço rugoso e com adequada resistência de aderência superficial, cuidar para que o tempo em aberto da argamassa colante seja respeitado e que seja maximizada a extensão de aderência, e adquirir placas cerâmicas com expansão por umidade compatível com a resistência de aderência do sub-sistema emboço - argamassa colante, ou que seu valor não seja superior a 0,3 mm/m (EPU em autoclave).

Na prática
Aprender com aquilo que foi feito e discutir possíveis problemas em equipe é uma das principais dicas do engenheiro Luiz Henrique Ceotto, diretor de Design & Construction da Tishman Speyer. "O sucesso americano de engenharia é baseado em um tripé: procedimentos simples, disciplina e "lessons lernead", que são as lições aprendidas no final de cada etapa da obra", diz.

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