segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Investimento em decoração cresce


Após conquistar à casa própria a classe C, agora, investe em profissionais para realizar a decoração do imóvel. Mais dinheiro no bolso e crédito são fatores que impulsionam esse interesse e refletem na mudança de produção e atendimento dos fabricantes, lojas e profissionais.
Teto de gesso rebaixado, luz indireta, piso de porcelanato, luminárias assimétricas e armários planejados. Os itens da lista, que até pouco tempo figuravam apenas nas decorações de apartamentos de médio e alto padrão, passam a fazer parte da composição dos imóveis populares. Para fazer com que tudo caiba nos ambientes, o público da classe C adere também à contratação de profissionais de arquitetura e design de interiores.“Nos últimos cinco anos, esse perfil de consumidor descobriu as vantagens de ter um serviço especializado na hora de decorar a casa”, comenta a vice-diretora da regional Paraná da Associação Bra­sileira de Designers de Interiores (ABD), Karin Brenner.
Dados da associação apontam que na última década o setor cresceu 500% e boa parte desse desempenho se deve a esse novo mercado, afirma o consultor de marketing da ABD, especializado em produtos para reforma e decoração, Ricardo Botelho. “Estamos assistindo ao despertar do mercado de decoração para a chamada classe C.
Agora os profissionais, os fabricantes e as lojas precisam aprender a criar produtos e formas de atendimento dentro das condições dessas famílias, que têm mais acesso a informação e estão interessadas em mobiliar a casa com bom gosto”, analisa. Considerando números da Fundação Getúlio Vargas, as famílias dessa fatia do mercado recebem entre R$ 1.115 e R$ 4.807 por mês e representam 46% dos rendimentos de pessoas físicas. “São mais de 90 milhões de pessoas que gastam cerca de R$ 600 bilhões por ano. Não é uma cifra a ser desprezada pelo mercado de decoração”, destaca Botelho.
Alguns profissionais despertaram para essa realidade e estabelecem formas de contrato que atendem às necessidades dos clientes.
“Essas famílias, normalmente, não fazem a decoração da casa toda de uma só vez. Acabo fazendo o projeto por partes”, diz a arquiteta Juliana Cararo, que há dez anos busca atender clientes nessa faixa de renda. “Para baratear os projetos, a alternativa é misturar materiais econômicos e investir em alguns produtos nos detalhes”, afirma.
É um perfil de mercado que só tende a crescer. E uma oportunidade para os profissionais realizar projetos diferentes, apresentando alternativas inovadoras e sustentáveis na área de decoração para a nova classe C.

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