Ao
iniciar a sua jornada o empreendedor traça seus planos profissionais e
pessoais, passado algum tempo faz uma pausa a fim de avaliar se aquilo que
planejou aconteceu de fato.
Imaginem
que para sua grata surpresa a empresa criada outrora vai muito bem, seus planos
foram todos realizados, uma bela casa, carros do ano, viagens de férias, filhos
bem formados, imóveis alugados e uma razoável economia financeira que garantirá
a aposentadoria.
E
agora, quais seriam as motivações seguintes?
Vejo
dois caminhos:
- O
primeiro é a opção de poucos, mas vem ganhando adeptos dentre os empreendedores
atuais, que é diminuir o ritmo e usufruir do que foi conquistado,
profissionalizando a empresa e dedicando mais tempo a família e para si
próprio. Se possível dedicar algumas horas semanais numa entidade assistencial
que vise à melhoria da sua comunidade.
- Já o
segundo caminho, que é a opção da maioria, é quando a ambição saudável é
trocada pela ganância e o nosso nobre empreendedor refaz os planos, e passa a
desejar o poder eterno na empresa, uma coleção de carros importados, quem sabe
um barco e até um avião, afinal, sonhar não paga pedágio e ele está livre para
desejar.
E a
família? Os planos pessoais? Onde foram parar?
Quando
a segunda opção é a vencedora, eles acabam ficando para trás, não conseguem ou
não querem acompanhar, sentem que são meros coadjuvantes neste filme que não
tem definido ao certo seu gênero, se terminará como suspense ou drama.
Para o
empreendedor obcecado pelo sucesso, as justificativas servem para acobertar
tanto o certo como o errado, cada um usa como melhor lhe convier.
A
visão de mundo que nos é vendida hoje é justamente a segunda, do poder, da
cobiça, da traição e da ganância, são contra-valores que só afastam a nossa
sociedade do melhor caminho.
Vendo
o ambiente se comportar dessa forma me pergunto se os nossos filhos terão essa
mesma visão de lista de desejos amparada basicamente no materialismo ou se
migrarão para uma ambição mais comedida e saudável.
Será
que estarão mais preocupados em reconstruir o que devastamos do que acumular
indefinidamente, só pelo prazer de acumular?
Percebo
alguns sinais positivos nesta direção e a minha esperança é que eles se
frutifiquem.
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