quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Walter Gropius


Walter Gropius (Berlim18 de maio de 1883 — Boston5 de julho de 1969) foi um arquiteto alemão.
É considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, tendo sido fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design,arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. Gropius iniciou sua carreira na Alemanha, seu país natal, mas com a ascensão do nazismo na década de 1930, emigrou para os Estados Unidos e lá desenvolveu a maior parte de sua obra.
Originário de tradicional família de Braunschweig, Gropius nasceu em Berlim, em 18 de maio de 1883. Quando veio ao mundo, seu tio-avô, Martin Gropius, já havia construído um dos mais belos e célebres prédios da capital alemã, o espaço de exposições que hoje é conhecido pelo nome deMartin Gropius Bau.[2]
Estuda em Munique e em sua cidade natal antes de participar do estúdio de Peter Behrens (arquitecto prenunciador do modernismo), em 1907, (onde, além de Gropius, trabalhavam, por volta de 1910, Le Corbusier e Mies van der Rohe) onde completa sua formação. Em 1910 estabelece escritório próprio.
Influenciado pelo antigo mestre Behrens, seu primeiro grande projecto - para a Fábrica Fagus, em 1911) - já prenuncia parte dos elementos que vão caracterizar sua futura obra: estrutura independente, fechamentos em vidro, volumetria pura.
Em 1915, casa-se com Alma Mahler-Werfel, viúva de Gustav Mahler. Em 1916, Alma dá à luz uma menina, Manon, que morrerá aos 18 anos e a quem Alban Berg dedicará o Concerto para Violino (1935), sua peça mais conhecida. O casamento de Alma e Gropius termina em 1920.
Após a guerra, em 1919, Gropius sucede Henry van de Velde - dispensado em 1915, dada a sua nacionalidade belga - na direção daEscola de Artes Aplicadas de Weimar. É esta escola que Gropius vai transformar na Bauhaus.
Segundo a visão dominante das artes, no início do século XX, as artes aplicadas e as atividades artesanais eram consideradas de nível inferior, enquanto que as belas artes eram consideradas atividades de nível superior.[1] Não se considerava que as duas atividades pudessem estar plenamente relacionadas e as tentativas anteriormente feitas no sentido de integrá-las (como o art noveau e o movimentoArts & Crafts) haviam falhado.[2] Gropius unificou as duas visões e, com o apoio de colegas arquitetos e de um grupo de artistas devanguarda, fundou Das Staatliche Bauhaus (em alemão: casa estatal de construção), com uma proposta e um método de ensino revolucionários. A Bauhaus procurou enfrentar o problema artes aplicadas x belas artes e desse conflito surgiu o moderno design.[1]
Integrada por uma escola de arquitetura, uma escola de arte, uma escola de design, uma escola de artesanato, uma escola de teatro, etc., a Bauhaus terá no seu quadro de professores Paul KleeJohannes IttenJosef AlbersHerbert BayerLászló Moholy-Nagy eWassily Kandinsky, entre outros. Os alunos aprenderão a utilizar materiais modernos e inovadores e a refletir sobre a produção e o design, no contexto da industrialização. A escola terá um impacto decisivo sobre a estética moderna e funcionalista e, mais tarde, sobre o estilo internacional.
Gropius defendia a formação de um gestalter (palavra que vem de gestalt, que pode ser traduzida como vulto, forma, desenho ou projeto, mas guarda mais relações com a palavra inglesa design), um profissional total responsável pelo projeto em todas as escalas humanas (do manual ao urbano). O principal determinante deste projeto deve ser a função que este produto virá a ter. Negando as características nacional-históricas na arquitetura e nas artes, a Bauhaus lança as bases do modernismo, tendo em Gropius um de seus fundadores.
Da mesma maneira que o planejamento urbano passa a ser a ‘’resultante da convergência entre várias disciplinas”, a arquitetura também começa a ser pensada desta forma - o que fica explícito quando Walter Gropius ressalta três características da Bauhaus:
O paralelismo entre o ensino teórico e prático, uma vez que no curso trienal o aluno estuda simultaneamente sob a orientação de dois professores: um professor artesão e outro de desenho.
O contínuo contato com a realidade do trabalho e a presença de professores criativos.
A convivência na Bauhaus com personalidades como Kandinsky, Paul Klee, Mies Van der Rohe e outros, será de vital importância no trabalho de Gropius.
Gropius dirigiu a Bauhaus até 1928. Nos primeiros tempos, seus conceitos foram influenciados pela ideia da "obra de arte total" propagada pelo compositor Richard Wagner no século anterior, e pela superação dos estilos históricos na arte através da transformação da vida numa experiência estética, difundida pelo filósofo Friedrich Nietzsche. Em sua segunda fase, a Bauhaus logo sucumbiu aos interesses da indústria.
Acusada de "bolchevismo" e "judaísmo" pelo governo conservador de Weimar, a escola mudou-se para a liberal Dessau em 1925, onde Gropius projetou sua famosa sede funcionalista. Em vez da "catedral do futuro", lema inicial da Bauhaus, a escola passou a defender a integração da arte com a técnica.
Abandonado pelos sindicatos e trabalhadores e perseguido pelos conservadores, Gropius encontrou refúgio, e financiamento, nos industriais. A forma passou então a seguir a função. A política, no entanto, não deixou de marcar tanto o início quanto o fim da escola, fechada pelos nazistas em 1933, que consideravam o modernismo "coisa de comunista", obrigando Gropius a deixar o país.
A partir de 1937 Walter Gropius passa a lecionar na Universidade de Harvard e no ano seguinte torna-se diretor do departamento de arquitetura da universidade.
Nos Estados Unidos começa a trabalhar com arranha-céus, criando uma tipologia arquitetônica que será exaustivamente copiada nas décadas seguintes. Em alguns projetos associa-se aMarcel Breuer, ex-aluno da primeira geração da Bauhaus. Com este, projeta um bairro operário em New Kessington, próximo a Pittsburgh.
Morre em Boston em 1969. Encontra-se sepultado em Südwestfriedhof der Berliner SynodeStahnsdorfBrandemburgo na Alemanha.





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