quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Algumas reflexões para os futuros engenheiros


Mercado
É sabido que os cursos de engenharia são cursos em plena expansão no mercado brasileiro, dada a demanda em diversos setores como construção civil, biocombustíveis, petróleo, mineração, etc.
O Brasil é hoje a 6ª maior economia do mundo. Possui a Petrobras, uma empresa que está entre as primeiras no quesito energia a nível mundial, isso sem falar nas muitas outras empresas de renome internacional. Descobrimos recentemente a camada de pré-sal, com boas possibilidades exploratórias e de geração de divisas. Estamos entre os maiores produtores de etanol e outros biocombustíveis, cujo consumo tem crescido cada vez mais haja vista as necessidades energéticas dos países a médio e longo prazo.
Esse ritmo de crescimento econômico do Brasil (e também de outros países emergentes) é impulsionado grandemente pela ação das grandes empresas que exercem atividades estratégicas (indústrias de base, mineração, usinas de energia). E essas empresas são as maiores captadoras de engenheiros dos mais variados ramos.
Hoje, levando em consideração a competitividade do mercado, a maioria dos chefes de áreas nesses tipos de empresas são engenheiros formados. Isso sem falar que, mesmo nas gerências e direções, muitos engenheiros e engenheiros-com-MBA ladeiam administradores e economistas. Isso significa que, cada vez mais, eles migram do nível de trabalhadores do conhecimento para o nível estratégico.
Os tipos de engenharia
A engenharia, em geral, é, sem dúvida, o curso com maior campo de atuação que existe. Outrora falávamos quase que somente em engenharia civil, mecânica, elétrica, química e de minas (são as engenharias mais antigas e mais gerais). Hoje, muitas especializações dessas engenharias se individualizaram em uma graduação distinta, como a engenharia de alimentos, de energia, de materiais, etc.
Particularmente, eu prefiro os cursos mais gerais, especialmente aqueles com um embasamento maior de cálculo e ciências físicas. É claro que gosto é uma coisa subjetiva, mas eu acho mais conveniente fazer um curso mais geral, conhecer as colunas principais da engenharia, e então depois pensar em se especializar em algo.
Se formos comparar a grade dos cursos mais gerais com os cursos mais específicos, veremos que os cursos mais específicos têm muitas matérias multidisciplinares (são como pacotes de conteúdos resumidos em uma matéria, para dar espaço a outras matérias específicas). E isso é muito bom, apesar de que a multidisciplinaridade, quando não é bem feita, acaba sendo superficial (como aprender um pouco sobre cada área e não poder ter, totalmente, a fundamentação teórica e a prática necessária para entender bem cada área).
A problemática da Engenharia de Produção
Há ainda cursos que são assim por natureza, sem que isso necessariamente seja algo ruim. É o caso da engenharia de produção (ou engenharia industrial). O curso pode ser colocado no rol das engenharias mais gerais, no entanto,  também tem muitas disciplinas da administração. O engenheiro de produção é um profissional muito visado, apesar de não poder realizar e assinar projetos. O engenheiro de produção, por definição, otimiza processos, coordena equipes de trabalho, desenvolve melhorias partindo da relação custo x benefício dentro dos processos. A ressalva é que ele não um engenheiro do tipo projetista. Já foi até apontado como um “administrador melhorado”, por ser similar a um administrador que, por acréscimo, entende das propriedades da matéria e de processos industriais.
Assim, é provável que um engenheiro mecânico, por exemplo, possa substituir o de produção com seu forte conhecimento técnico junto a algum conhecimento de administração. Já o engenheiro de produção não substitui tão facilmente um engenheiro mecânico. Isso sem falar que, se formos fazer uma varredura nos sites de divulgação de vagas no mercado, é possível que achemos mais carência de engenheiros mecânicos, elétricos, etc. do que de engenheiros de produção.
Só pra deixar claro, vamos fazer uma simulação. Você é um empresário. Precisa contratar alguém pra gerir uma oficina ou uma montadora. Em quem você pensa primeiro? No engenheiro mecânico, é claro! E se for uma fábrica de papel? Bem, pelo menos eu pensaria primeiro em um engenheiro químico.
Entretanto, esse cenário tem mudado à medida que o engenheiro de produção passa a ser cada vez mais reconhecido pelo mercado. O curso de engenharia de produção deve ser sim levado em conta por quem quer fazer engenharia e ter uma formação mais generalística. Porém, como qualquer graduação, ele tem inconvenientes, e eu posso dizer, partindo do que estudei sobre administração de empresas, que o administrador mesmo é “alguém que sabe muito porque sabe pouco sobre muita coisa”, como se costuma brincar.
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Visões preconceituosas não se justificam, ao passo que cada graduando pensa em defender o próprio curso. Entretanto, à medida que cada um conhece bem o próprio curso e tem uma ligeira noção dos outros cursos, fica mais fácil reconhecer as próprias prioridades e decidir que tipo de formação deseja ter.

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