segunda-feira, 2 de julho de 2012

Com a ajuda da tecnologia




Por: Maggi Krause e Danilo Costa 
Fonte: Casa Sustentável – 09/2010

Sistemas e recursos tecnológicos minimizam o impacto ambiental deste projeto em São Paulo, mas as soluções ambientalmente corretas começaram a aparecer já na escolha do terreno. Selecionado pela arquiteta Monica Drucker para os futuros donos, ele continha uma construção dos anos 50 que estava com a estrutura bastante comprometida e por isso foi demolida. Surgiu aí a primeira oportunidade. "Usei o platô que acomodava a velha casa e a piscina para erguer a nova. Seguindo a mesma implantação, não mexi na área verde e acrescentei pouco paisagismo em função das espécies existentes", explica Monica. 

A perfeita orientação solar da antiga construção foi reproduzida no projeto contemporâneo de 1 000 m2, com fachadas de vidro e lajes em balanço. Tudo isso ajuda a aproximar as áreas internas do verde. "É como se tivéssemos um encontro com a natureza todos os dias", conta o dono, um médico que fez questão de investir numa estação doméstica de tratamento de esgoto (veja box* no final desta matéria). 

A construção, fechada por portas de correr com perfis de 60 mm, pintura eletrostática e vidros duplos (Jmar Esquadrias), emprega lajes do tipo sanduíche (veja ilustração ao lado). À noite, sobressai o projeto de iluminação cuidadoso. "Especifiquei lâmpadas econômicas, do tipo fluorescente ou PL na cozinha, nos banheiros e closets, na garagem e área de serviço", diz Monica. Toda a área externa é iluminada por leds, inclusive a piscina, onde as lâmpadas duram até 50 mil horas, evitando gastos com manutenção. 

Nos ambientes internos, halógenas, PAR e incandescentes têm acendimento gradual e dimerizado pelo sistema Lutron. Ele possibilita um acréscimo da vida útil em 10% e, dependendo da lâmpada, uma economia de até 30% de energia. "Como este sistema usa cerca de 80% da capacidade de cada lâmpada, isso precisa ser previsto no projeto," explica a arquiteta.

A economia de energia não se restringe à iluminação. Começa pela ventilação cruzada e passa pelo uso da laje do tipo sanduíche, que isola a construção do sol forte, evitando o uso do ar-condicionado. "Na verdade, o pouco que eles ligam o aparelho é no inverno, para aquecer a casa", relata a arquiteta. Persianas de enrolar de alumínio e poliuretano constituem outro trunfo: quando abertas permitem a entrada máxima de luz natural, aproveitando as grandes aberturas; quando fechadas protegem a casa da incidência solar direta e garantem qualidade térmica no interior. 

Tudo isso colabora para racionalizar o uso da energia elétrica. Complementando um sistema de aquecimento a gás, na face norte a cobertura de telhas termoacústicas acomoda 16 placas de captação solar para esquentar a água - inclusive a da piscina. "Só esse recurso reduz em 50% a conta de luz", diz Monica. A conta de água também é baixa para uma propriedade com esta dimensão graças ao reúso, que, neste projeto, está associado ao sistema de tratamento de esgoto. 


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