Por: Cláudio Conz – Presidente Anamaco
Segundo
levantamento feito para a Anamaco, as vendas do setor caíram 9% em junho, na
comparação com o mês de maio – quando o setor tinha apresentado ligeira alta de
2,5% sobre abril. Já no comparativo deste ano em relação ao mesmo período
do ano passado estamos com desempenho 3,5% menor. Com este resultado, o
desempenho dos últimos 12 meses está 6% menor.
De
acordo com a pesquisa, a região Norte foi a que apresentou melhor índice de
vendas, com crescimento de 3%. No Centro-Oeste as vendas ficaram estáveis,
enquanto no Sul, Sudeste e Nordeste elas apresentaram queda de 30%.
Dos
13 segmentos contemplados no estudo, fechaduras (-6%), metais sanitários (-5%),
argamassas (-4%) e tubos e conexões de pvc (-3%) foram os que apresentaram
maior diminuição de vendas. Já os setores de cimento e telhas de fibrocimento
permaneceram estáveis.
Este
baixo desempenho ainda é reflexo da falta de crédito existente no
mercado, que está muito caro, apesar dos seguidos anúncios de redução dos
juros. Os consumidores não estão encontrando as propaladas taxas mais baixas e
este terrorismo sobre a inadimplência - que está muito forte em setores que
nada têm a ver com material de construção - ajuda a empurrar o setor ainda mais
para baixo, Sul e Sudeste neste ultimo mês tiveram também a maior incidência de
chuva, comparável ao mês de fevereiro.
Uma
das linhas de financiamento que ainda não estão disponíveis para o consumidor
final é a linha FIMAC/FGTS, lançada pelo Governo Federal no início do ano com
juros de 1% ao mês. O projeto, de minha autoria esbarrou em uma série de
questões burocráticas e só deve ser liberada após o dia 24 de julho. Isso
ajudou a atrasar as obras, pois diferente de outros setores, o nosso consumidor
precisa fazer um planejamento financeiro. Ele não decide reformar ou construir
do dia para noite e, se ele tem à sua disposição uma linha com 12% de juros ao
ano, ele vai preferir esperar porque, neste caso, atrasar a obra significa
economia.
Vamos
ter que rever pela segunda vez consecutiva a expectativa de crescimento para o
ano. Inicialmente a previsão da entidade era um desempenho 8% superior a 2011,
mas o comportamento do setor até o mês de maio fez com que o número fosse
revisto para 4%. “A perspectiva já não é mais tão otimista em relação a 2012,
pois a desaceleração nas compras já não é sazonal, ela se transformou em
uma tendência pelos resultados ruins obtidos no primeiro semestre de 2012.
Justamente por isso, estamos revendo pela segunda vez consecutiva a nossa
expectativa de crescimento para este ano, estimando um desempenho ainda
positivo, mas não superior a 3%.
A
pesquisa também chama atenção pelo elevado grau de otimismo dos revendedores
com relação ao segundo semestre.
Em 2011, o varejo de material de construção cresceu 4,5%
sobre 2010, atingindo um faturamento total de R$ 52 bilhões.
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