terça-feira, 3 de julho de 2012

Vendas caem 9% em junho



Por: Cláudio Conz – Presidente Anamaco


Segundo levantamento feito para a Anamaco, as vendas do setor caíram 9% em junho, na comparação com o mês de maio – quando o setor tinha apresentado ligeira alta de 2,5% sobre abril.  Já no comparativo deste ano em relação ao mesmo período do ano passado estamos com desempenho 3,5% menor. Com este resultado, o desempenho dos últimos 12 meses está 6% menor.
De acordo com a pesquisa, a região Norte foi a que apresentou melhor índice de vendas, com crescimento de 3%. No Centro-Oeste as vendas ficaram estáveis, enquanto no Sul, Sudeste e Nordeste elas apresentaram queda de 30%.
Dos 13 segmentos contemplados no estudo, fechaduras (-6%), metais sanitários (-5%), argamassas (-4%) e tubos e conexões de pvc (-3%) foram os que apresentaram maior diminuição de vendas. Já os setores de cimento e telhas de fibrocimento permaneceram estáveis.
Este baixo desempenho ainda é reflexo da falta de crédito existente no mercado,  que está muito caro, apesar dos seguidos anúncios de redução dos juros. Os consumidores não estão encontrando as propaladas taxas mais baixas e este terrorismo sobre a inadimplência - que está muito forte em setores que nada têm a ver com material de construção - ajuda a empurrar o setor ainda mais para baixo, Sul e Sudeste neste ultimo mês tiveram também a maior incidência de chuva, comparável ao mês de fevereiro.
Uma das linhas de financiamento que ainda não estão disponíveis para o consumidor final é a linha FIMAC/FGTS, lançada pelo Governo Federal no início do ano com juros de 1% ao mês. O projeto, de minha autoria esbarrou em uma série de questões burocráticas e só deve ser liberada após o dia 24 de julho. Isso ajudou a atrasar as obras, pois diferente de outros setores, o nosso consumidor precisa fazer um planejamento financeiro. Ele não decide reformar ou construir do dia para noite e, se ele tem à sua disposição uma linha com 12% de juros ao ano, ele vai preferir esperar porque, neste caso, atrasar a obra significa economia.
Vamos ter que rever pela segunda vez consecutiva a expectativa de crescimento para o ano. Inicialmente a previsão da entidade era um desempenho 8% superior a 2011, mas o comportamento do setor até o mês de maio fez com que o número fosse revisto para 4%. “A perspectiva já não é mais tão otimista em relação a 2012, pois a desaceleração nas compras já não é sazonal,  ela se transformou em uma tendência pelos resultados ruins obtidos no primeiro semestre de 2012. Justamente por isso,  estamos revendo pela segunda vez consecutiva a nossa expectativa de crescimento para este ano, estimando um desempenho ainda positivo,  mas não superior a 3%.
A pesquisa também chama atenção pelo elevado grau de otimismo dos revendedores com relação ao segundo semestre.
Em 2011, o varejo de material de construção cresceu 4,5% sobre 2010, atingindo um faturamento total de R$ 52 bilhões.

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