Estratégia das marcas de envolver
o consumidor em seu lifestyle têm se estendido à hotelaria.
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Um
dos 164 quartos do hotel Castillo Son Vida, em Mallorca, um dos destinos mais
luxuosos da Espanha, se chama Loewe. E não é por acaso. Com diárias a partir
de 1.600 euros e com mais de 100 metros quadrados, tem projeto assinado pela
própria grife espanhola, conhecida por suas refinadas bolsas.
O design só
poderia ser puro charme. Diversas variações do marrom e predominância de
couro – que a grife apregoa ser tão macio quanto o veludo – e peles deixam
claro que ali existe um pedaço do universo Loewe. O mármore marrom que
circunda a jacuzzi também reflete esse estilo. O transfer com
limusine a partir do aeroporto completa a experiência que o hotel – e a Loewe
– pretende transmitir ao hóspede.
A
marca, fundada em 1846 em Madri, tem muita história para contar, e a
hotelaria é uma de suas mais recentes empreitadas, para mostrar que ela sabe
o que seu consumidor quer. No caso da Loewe: ficar hospedado em um hotel
clássico e luxuoso, em um destino badalado do litoral espanhol.
Mas
a grife não é a única a aproveitar esse recurso. Se o mercado de produtos de
luxo movimentou 191 bilhões de euros em 2011, segundo estudo da consultoria
Bain & Company, o de viagens de luxo é promissor: até 2020, apenas a
China gerará 100 milhões de turistas, de acordo com a International Luxury
Travel Market. O gasto médio de 41% dos turistas de luxo no mundo seria
de cerca de 7.000 dólares. É uma fatia da economia que não se pode desprezar.
Esse mesmo instituto publicou ainda um relatório em que percebeu, depois de
um ano de pesquisas, que a necessidade de personalização move esse
mercado. E, justamente por isso, as parcerias são os maiores desafios
da indústria hoteleira de nicho. Dividir brand values é o
mote. E aí fica fácil entender o que motiva hotéis já procurados por esse
público a instaurarem uma suíte diferenciada que remeta ao universo de uma
única grife: a estratégia agrega ainda mais valor e, normalmente, esse quarto
especial acaba sendo um dos mais caros de toda a sua estrutura.
É
o caso do hotel St. Regis New York. Não contente com uma, ele criou duas
suítes design: a Tiffany e a Dior. As diárias de cerca de 8.500 dólares
incluem uma garrafa de champanhe e uso livre do minibar (exceto bebidas
alcoólicas). Os espaços compreendem quarto, banheiro, sala de estar e sala de
jantar para oito pessoas. Inspiradas nos ateliês da Dior em Paris, a suntuosa
suíte Dior possui tons de cinza, roxo e branco e é decorada com croquis do
estilista que criou o New Look em 1947.
Já
a suíte Tiffany só poderia ser no azul-símbolo da marca. Desenhada em
conjunto com o diretor de design da grife, Emeritus John
Loring, ela tem móveis brancos e louças da linha Casa da marca.
Mas
não são só as consumidoras a se dar bem nessa nova tendência. Os homens vão
se deliciar com a suíte Jaguar. Ela é resultado de outra parceria frutífera.
Desta vez, entre duas companhias que fazem parte do Tata Group: a montadora e
o hotel 51 Buckingham State de Londres, pertencente à rede Taj, famosa na
Índia.
São
170 metros quadrados que aludem a modelos clássicos e contemporâneos, como o
lendário E-type, dos anos 60, e o CX75, carro-conceito futurista apresentado
em 2010 e que só deve chegar às concessionárias dentro de dois anos.
O
conceito da suíte foi supervisionado pessoalmente pelo diretor de design da
Jaguar, Ian Callum. Ele cuidou de detalhes como o painel de madeira que fica
na porta do quarto e o revestimento adamascado das paredes. A lareira de
desenho minimalista, que remete à forma da janela dos carros, e o papel de
parede personalizado também ganharam sua atenção. Tudo para garantir que o
legado da Jaguar fosse transmitido ao consumidor de forma fiel e envolvente.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Suítes com assinatura
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