terça-feira, 30 de outubro de 2012

Empreendedorismo – Sobrevivência, ambição e ganância


O empreendedor, na origem de seu negócio é movido pelo mais puro instinto de sobrevivência e fará o que for preciso para vencer as armadilhas  pelo caminho.
Após superar a fase inicial, sendo o negócio rentável, os excedentes de caixa permitirão que a empresa se estruture e  possibilitarão aos sócios uma qualidade de vida melhor.
Mantido o crescimento, ano a ano, com a distribuição dos lucros, alguns  sócios irão adquirir bens a ponto de conquistarem a tão sonhada independência financeira e uma aposentadoria tranqüila.
Histórias empresariais de sucesso costumam seguir essas fases, numa condição de normalidade.
Temos momentos onde prevalecem o instinto de sobrevivência, em outros a ambição e por fim a ganância, que é o mais perigoso de todos os comportamentos que um empreendedor pode desenvolver.
Instinto de sobrevivência é básico, esta presente na implantação do negócio e aparece novamente em momentos de crises fortes, quando a existência da empresa corre riscos.
Ambição é saudável, conduz na direção dos objetivos, da forças para vencer as duras batalhas diárias.
Ganância pode se tornar negativa, tirar o empreendedor dos trilhos, geralmente é ferrramenta daqueles que aceitam pegar os “atalhos” para chegar antes dos demais, que cumprem o que é exigido legalmente.
A fase da ambição é o ápice,  deveria ser a fase onde o empreendedor permaneceria por mais tempo, pois, já tem um negócio sólido, um futuro garantido, segurança para tomar as decisões e até se arriscar um pouco mais, o que é bastante interessante para o crescimento do negócio.
Ocorre que, em alguns casos a ambição acaba se transformando em ganância, e o empreendedor entra nesta terceira fase, onde ele passa a viver em função dos ganhos financeiros e é comum que ele se  afaste do  equilíbrio e a da razão, atributos essenciais aos que vencem pelos caminhos corretos.
Por mais que ele tente disfarçar, fica evidente no seu comportamento e nas suas decisões que o negócio passou a ser um meio para lhe gerar ganhos e acumular mais e mais recursos financeiros e bens.
Nada de errado nisso, se parte destes ganhos retornassem para empresa como novos investimentos em estrutura, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços,  qualificação dos empregados e melhoria nos salários.
O que a vida real tem nos mostrado é que quando a ganância assume o leme os recursos financeiros são drenados da empresa para o patrimônio pessoal dos sócios e passamos a assistir o velho filme com o título: “A empresa pobre e os sócios ricos”.
A verdade é um empreendedor que se afastou dos bons princípios, optou por formar patrimônio pessoal em detrimento da saúde financeira da empresa e buscou uma assessoria para arquitetar um plano de blindagem de patrimônio pessoal.
Na história recente do Brasil Empreendedor podemos listar dezenas de casos que ficaram famosos por terem seguidos esse caminho, empresas que desenvolveram produtos e serviços de sucesso, com alcance nacional, conquistaram a confiança dos seus clientes, empregados, fornecedores, que simplesmente foram traídos e abandonados pelo gestores da empresa que relegaram o negócio e a honra para um segundo plano.
Por outro lado podemos listar milhares de casos onde o empreendedor venceu de forma correta e é um exemplo a ser seguido.
Uma empresa de sucesso não é mérito apenas dos sócios, mas de todos que acreditaram nela, por isso, de uma forma figurativa, ela deixa de ser propriedade exclusiva e passa a ser de fruto da crença que ela recebe da coletividade que a idolatra.

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