terça-feira, 23 de outubro de 2012

O que o café tem a ver com inovação?



O café é uma bebida consumida mundialmente a mais de trezentos anos, tradicional e com tal tem todas as oportunidades de negócios já exploradas e esgotadas, havendo muito pouco a fazer para incrementar receitas a partir da comercialização do café como bebida, correto?
Você concorda com essa afirmação?
Se positivo, permita-me informar que você está desinformado.
A grande revolução recente na comercialização do café como bebida foi capitaneada pela Starbucks, pequena loja americana sediada em Seattle, que importava e vendia desde 1971 os cafés mais finos produzidos mundo a fora, que por iniciativa de seu diretor Howard Schultz, em 1982, copiou e melhorou a idéia dos famosos cafés expressos de Milão – Itália.
Só que sua idéia foi além, ele criou novas modalidades de bebidas compostas com café e também agregou um conceito a suas lojas, o resultado conhecemos, hoje a Starbucks é a maior rede de cafeterias do mundo, com mais de 17.000 lojas e 180.000 empregados.
Agora então podemos dizer que após o sucesso estrondoso da Starbucks nada mais relevante acontecerá no mundo do café, correto?
Errado novamente!
Estamos vivenciando a maior batalha comercial em torno do café em todos os tempos.
A Nestlé criou a famosa máquina Nespresso, que revolucionou mais uma vez a forma como o café é consumido mundo a fora, transformando suas máquinas acompanhadas das cápsulas coloridas objeto de desejo dos apaixonados pela bebida.
A diferença fica por conta da qualidade do café, diferenciado em cada cápsula, além do charme e do ar de exclusividade de tomar e oferecer um café nespresso para uma visita ou convidado.
Mais uma vez inovação de ponta a ponta, do refinamento do produto, na modernização das já cansadas cafeteiras, da grande sacada das cápsulas, da valoração da marca e da conquista dos consumidores que não se importam em pagar uma verdadeira fortuna por uma cápsula de café, sem falar do preço da charmosas cafeteiras Nespresso.
Esse modelo de negócios tem permitido a Nespresso um crescimento anual das vendas superior a 30% ao ano desde 2006, num mercado mundial estimado, segundo projeções da Euromonitor de U$  8,5 bilhões por ano, dentro de cinco anos.
Esse mercado denominado segmento “Single-Cup” é o que mais cresce na indústria mundial do café, segundo o Presidente da Starbucks, (olha ele aí novamente copiando), que acaba de lançar a sua cafeteira com cápsulas para concorrer com a Nespresso.  Além da Starbucks, já são mais de cinqüenta concorrentes produzindo/copiando a maquina original da Nespresso e suas cápsulas.
Interessante como a inovação pode partir de produtos já estagnados comercialmente como o café, ela apenas está adormecida e encoberta pelo manto do óbvio, que muitas vezes nos recusamos a desvendar.

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