segunda-feira, 23 de julho de 2012

Construções sustentáveis conquistam consumidores


No Brasil, 80% da população vivem em cidades, 46% da água tratada escoam pelo ralo, 24% das doenças resultam de riscos ambientais evitáveis e a construção civil consome 50% de vários recursos extraídos da natureza nas suas várias fases. Esses dados evidenciam a necessidade do País investir em construções sustentáveis. Esse tema foi abordado por Cláudio Teitelbaum, sócio do Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum e diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS), durante o Encontro Nacional para a Inovação na Construção Civil - Eninc 2009, em Maringá.

Para Cláudio Teitelbaum, o Brasil precisa avançar muito em sustentabilidade.  Ele ressalta que sustentabilidade é diferente de produto ecologicamente correto. "Tem que estudar as tecnologias antes de aplicar. Sustentável é aquilo que é economicamente viável e tem impacto social. Não há algo plenamente sustentável. O que existe são soluções mais sustentáveis que processos tradicionais", explicou Cláudio Teitelbaum.

O Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum é um dos poucos no Brasil a conquistar o certificado US Green Building Council. Todas as obras da empresa seguem as diretrizes como produção mais limpa, substituição de recursos naturais, tratamentos de resíduos, programas de logística, gestão integrada da qualidade e responsabilidade social.

Um exemplo de construção sustentável é o residencial Príncipe de Greenfield, em Porto Alegre, com 11.307 m2 construídos. O projeto conservou a mata nativa do terreno e conta com elevador ecológico, telhado verde, ar condicionado com gás ecológico, vidros duplos e bicicletário para incentivar que os moradores reduzam o uso dos automóveis. 

Placas solares são usadas para aquecer água, a iluminação é feita por lâmpadas econômicas e toda a mobília utiliza madeira certificada. As torneiras e chuveiros possuem sistemas de redução de vazão. Durante a obra do condomínio foi iniciado um pomar herbário que inicialmente forneceu frutas aos operários e hoje abastece os moradores. O paisagismo foi desenvolvido com plantas nativas.

Cláudio Teitelbaum explicou que a maioria das soluções sustentáveis utilizadas no Príncipe de Greenfield pode ser aplicada em qualquer tipo de construção. O tratamento de água e esgoto desse residencial gera economia de 40%. O modelo de eficiência energética permite que os moradores reduzam os gastos em 30%. O custo de um empreendimento sustentável é apenas 3% maior em relação aos convencionais . "A aceitação dessas obras é muita boa. Após o lançamento desses condomínios todas as unidades são vendidas num prazo que varia de 30 a 45 dias", destaca Cláudio Teitelbaum

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